Greve está prevista para acontecer na próxima segunda-feira (25)
Os servidores municipais da cidade de Ji-Paraná (RO) decidiram em assembleia realizada na última quinta-feira (14), na sede do sindicato da categoria, fazer uma grande paralisação programada para a próxima segunda-feira (25), caso o executivo não convoque uma reunião. Entre as reivindicações dos trabalhadores estão a reposição da inflação de 10,37%, o auxílio-saúde de R$ 30 para R$ 50 e a carga horária corrida.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ji-Paraná (Sindsem), Geraldo Martins de Souza, o atual prefeito do município, Jesualdo Pires (PSB) prometeu apenas 6 %, mas teria pago apenas metade; a outra metade seria paga apenas em outubro. “Tínhamos uma pauta, e o prefeito não cumpriu. Nós não queremos aumento de salário, só queremos essa reposição da inflação. Esses 3% que ficou para outubro, ele nem sabe se vai repassar ainda. Com tudo isso, só temos uma solução, e os servidores resolveram paralisar”, falou o presidente da entidade.
Souza ainda informou que existem servidores do município que recebem o salário abaixo do mínimo. “Tem aproximadamente 1.200 servidores ganhando R$ 813,00 por mês, menos do que o salário mínimo, o que é inconstitucional”, completou o presidente.
Entre os motivos alegados pelo prefeito para não conceder o aumento estão a crise econômica brasileira, a falta de dinheiro nas prefeituras e a diminuição na arrecadação municipal. Mas, de acordo com o Sindsem, atualmente, existem mais de 700 funcionários comissionados na cidade, que têm uma média salarial de R$2 mil.
“Ele diz que a arrecadação da cidade diminuiu, mas eu provo pra ele que não caiu. Pode ter caído o repasse federal, pois o governo esteve cortando alguns benefícios. Ele aumentou as taxas de lixo o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), então a arrecadação não caiu”, enfatizou Souza.
A paralisação conta com o apoio da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), que dará estrutura para que o ato aconteça. “O objetivo da CSB é apoiar os sindicatos em qualquer manifestação que venha em prol dos trabalhadores. Vamos dar toda estrutura e suporte necessários para que os servidores lutem e levantem suas bandeiras”, falou o representante da CSB em Rondônia, João Henrique Simioni.
Para os servidores, esse apoio é importante, pois a entidade pode dar à luta uma repercussão nacional. “O apoio da CSB pode fazer a diferença, pois o sindicato, ele é nível de cidade, estado; a CSB é nível Brasil”, finalizou o presidente do Sindsem.