Encontro promovido pela CSB SP contou com a participação massiva da Seccional e uniu mais de 40 entidades do estado de São Paulo
A CSB São Paulo reuniu mais de 37 sindicatos, três federações e uma confederação em encontro sobre a reforma trabalhista (Lei 13.467), em Ribeirão Preto, no interior da capital, na última quinta-feira [26]. Cerca de 100 participantes dialogaram com especialistas na área do Direito, como a advogada Augusta Raeffray e o desembargador Luís Henrique Rafael. Os temas abordados foram o custeio dos sindicatos e orientações jurídicas após a reforma.
Igor Tiago Pereira, presidente da Seccional São Paulo, avalia o evento como primordial e positivo. “Os dirigentes chegaram desmotivados, pessimistas com todo o ataque que a reforma trabalhista impôs, ameaçando a sobrevivência dos sindicatos. E no final, estava todo mundo animado. Foi importante fazer esse evento e ver as pessoas perguntarem, assim como fizemos o mesmo em Presidente Prudente”.
Pereira diz que a mensagem do evento era mostrar que há saída para as dificuldades se houver união. “Quem quis essa reforma foram os empresários, e para reagir precisamos mostrar que estamos conscientes e dialogar com a categoria, ir para o enfrentamento e arregaçar as mangas indo à base e explicando a importância do sindicato”, afirma.
Diálogo aberto
Augusta Raeffray, advogada da CSB, fez uma breve apresentação dos norteamentos da CSB e um estudo sobre as entidades. Ela analisa que o mais importante do evento foi a naturalidade e o diálogo. “Deixamos todos à vontade. A ideia era não recorrer a uma fala estritamente técnica e criar um espaço para dúvidas, troca de experiências e estimular a luta”.
Feliz com a participação assídua dos presentes, a advogada se mostra otimista e afirma que o encontro foi uma injeção de ânimo. “Entendo a agonia do futuro, afinal para enfrentar é preciso ter receita, mas mostramos que há decisões favoráveis aos sindicatos manterem as contribuições e que estamos em permanente estudo”, diz.
Para o desembargador Luís Henrique Rafael, coube a função de dar um panorama de como a Justiça do Trabalho tem se posicionado com a reforma trabalhista, além de dar um exemplo para explicar seu ponto de vista.
“A não exigência de Acordo Coletivo para a mudança de jornada, que desde a reforma trabalhista pode ser negociada de forma individual, dá e dará muita discussão. A razão para isso é simples: a Constituição não foi alterada e o artigo 7º prevê que o sindicato media e representa o trabalhador nessas questões”.
Assim como a Augusta Raeffray, Rafael celebrou o clima receptivo do evento, que deu liberdade aos participantes, e também salienta a atitude inédita da CSB. “O melhor é debater no coletivo do que cada um buscar uma solução, e a CSB tem feito isso com eventos, atividades e atualização das lutas. Isso fortalece as entidades de forma ímpar”, frisa o desembargador.