Brasil precisa ingressar no Século XXI nos direitos trabalhistas – Antonio Neto

Brasil precisa ingressar no século XXI nos direitos trabalhistas – O Brasil é um país rico em recursos naturais, diversidade cultural e potencial econômico. No entanto, com relação aos direitos trabalhistas, retroagimos para o século XIX.

Reforma Trabalhista de 2017, por exemplo, foi alvo de críticas de diversos setores da sociedade, que a consideraram um retrocesso para os direitos trabalhistas. Desde então, o Brasil tem enfrentado um aumento no número de casos de trabalho escravo e na precarização das condições de trabalho.

É hora de o Brasil ingressar no século XXI e garantir proteções efetivas para os trabalhadores. Isso significa revogar pontos críticos que enfraqueceram os sindicatos e causaram precarização, investir em políticas públicas que assegurem a dignidade humana e a qualidade de vida dos trabalhadores, além de incentivar a criação de empregos de qualidade e melhorar as condições de trabalho.

Depois da revogação de parte da reforma trabalhista, a regulamentação do trabalho através de aplicativos é um dos temas urgentes. A jornada de trabalho de 4 dias por semana, por exemplo, é outro assunto cada vez mais discutido no mundo todo, e com razão. Vários estudos já foram realizados para avaliar os impactos dessa mudança na vida dos trabalhadores, das empresas e da sociedade em geral, e os resultados são animadores.

Um dos principais benefícios da jornada de trabalho de 4 dias por semana é a redução do estresse e da fadiga dos trabalhadores. Com mais tempo livre, as pessoas conseguem relaxar e desfrutar de momentos de lazer, o que tem impacto direto na saúde mental e física.

Outro benefício é o aumento da produtividade. Um estudo realizado na Nova Zelândia mostrou que a mudança para a jornada de 4 dias por semana aumentou a produtividade em 20%. Isso ocorre porque os trabalhadores ficam mais motivados e engajados em seu trabalho, pois sabem que terão mais tempo livre para aproveitar a vida fora do trabalho. Além disso, a redução da jornada de trabalho também reduz o número de pausas e interrupções no trabalho, o que aumenta a eficiência.

Países europeus como a Dinamarca, a Noruega e a Suécia já experimentaram a jornada de trabalho de 4 dias por semana, e os resultados foram muito positivos. Na Suécia, uma empresa de enfermagem que implementou a jornada de 4 dias por semana relatou uma redução de 6% no número de faltas por doença e um aumento de 12% na satisfação dos funcionários. Na Dinamarca, uma empresa de TI reduziu a jornada de trabalho para 4 dias por semana e aumentou a produtividade em 20%.

A implementação da jornada de trabalho de 4 dias por semana também pode ter impactos positivos na economia. Com mais tempo livre, as pessoas têm mais oportunidades de gastar dinheiro em atividades de lazer, o que pode estimular o setor de turismo e entretenimento. Além disso, a redução da jornada de trabalho pode criar novas oportunidades de emprego, uma vez que as empresas podem precisar contratar mais funcionários para cobrir a mesma quantidade de trabalho.

Em resumo, a jornada de trabalho de 4 dias por semana é uma mudança que pode trazer muitos benefícios para os trabalhadores, as empresas e a sociedade em geral. Com mais tempo livre, os trabalhadores ficam mais saudáveis, mais produtivos e mais felizes. Países europeus já experimentaram essa mudança com sucesso, e é hora de outras empresas e países seguirem esse exemplo e explorarem os benefícios da jornada de trabalho mais curta.

O Brasil ainda está atrasado em relação à jornada de trabalho. Atualmente, a jornada semanal é de 44 horas, o que é mais longa do que em muitos países europeus que já adotaram a jornada de trabalho de 4 dias por semana. Esse é um exemplo de como o país pode melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores e aumentar a qualidade de vida da população.

Isso mostra que é urgente darmos um cavalo de pau na área dos direitos trabalhistas, não retornando ao passado, mas recuperando as questões importantes de proteção, além de avançar em temas atuais como a jornada menor para atualizar nossa legislação.

Por Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)

Veja também: Centrais: repúdio ao caso das vinícolas e sua relação com a reforma trabalhista

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