A taxa de desemprego no Brasil voltou a cair e atingiu 6,2% no Brasil no trimestre até outubro, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor patamar desde 2012, quando teve início a série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
O trimestre anterior, encerrado em julho deste ano, havia registrado taxa de 6,8%. Em outubro do ano passado, havia ficado em 7,6%.
O último recorde havia sido registrado no trimestre encerrado e dezembro de 2013, quando o desemprego ficou em 6,3%. A população ocupada (103,6 milhões) também atingiu o maior índice da história.
Houve recordes ainda no número de empregados no setor privado (53,4 milhões), de trabalhadores com carteira assinada (39 milhões), empregados sem carteira (14,4 milhões) e número de trabalhadores na informalidade (40,3 milhões ou 38,9% do total de pessoas ocupadas).
Leia: 13º salário é compensação por tempo de fato trabalhado; conheça origem
A população desocupada recuou para 6,8 milhões, ou seja, 8% a menos (menos 591 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e 17,2% inferior a outubro de 2023 (menos 1,4 milhão de pessoas). É o menor contingente de desocupados desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014.
“Do ponto de vista dos indicadores, eles são muito consistentes”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE. Segundo sua análise, o resultado positivo se deve à geração de empregos em diferentes setores da economia. “É uma melhoria que vem sendo sustentada trimestre após trimestre”, afirmou.
Três dos dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua do IBGE puxaram a alta da ocupação frente ao trimestre móvel anterior (maio a julho). A população ocupada na Indústria cresceu 2,9% (mais 381 mil pessoas), na Construção cresceu 2,4% (mais 183 mil pessoas) e o número de trabalhadores em outros serviços subiu 3,4% (mais 187 mil pessoas). Juntas, essas atividades econômicas ganharam mais 751 mil trabalhadores, no trimestre
“Esses 3 grupamentos de atividades responderam por quase metade do crescimento de total da ocupação no trimestre (1,6 milhão), sendo o destaque para a Construção que registrou sua maior expansão em 2024”, explica Adriana.
Rendimento cresceu
O rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 3.255, sem variação estatisticamente significativa frente ao trimestre e com alta de 3,9% no ano. Já a massa de rendimento real habitual (a soma das remunerações de todos os trabalhadores) chegou a R$ 332,6 bilhões, crescendo 2,4% (mais R$ 7,7 bilhões) no trimestre e 7,7% (mais R$ 23,6 bilhões) no ano.
Adriana Beringuy explica que, “embora o rendimento médio não tenha mostrado variação estatisticamente significativa frente ao trimestre móvel anterior, a massa de rendimentos cresceu nas comparações trimestral e anual, devido ao aumento do número de pessoas trabalhando e recebendo rendimentos”.
Informações: IBGE e Agência Brasil
Foto: reprodução