Deputados afrontam trabalhadores e rejeitam destaques na Comissão Especial da Previdência

Dez destaques propostos não foram aceitos, e o texto-base do projeto segue para o plenário da Casa

Após aprovação do texto principal da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, que trata da Reforma da Previdência, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados manteve sua postura de retrocesso e rejeitou, nesta terça-feira (9), nove dos dez destaques propostos para melhoria no projeto. Agora, a proposta segue para o plenário da Câmara, onde necessita ser aprovada em dois turnos.

Entre os destaques rejeitados estavam propostas importantes para a manutenção dos direitos dos trabalhadores. Entre elas, a que mantinha a aposentadoria rural nos atuais moldes, a retirada do tempo de contribuição mínimo de 25 anos para aposentadoria, a eliminação nas mudanças no cálculo de pensão por morte e nos benefícios assistenciais (BPC), além da proposta de uma consulta popular.

Além destas, foram rejeitadas as propostas que eliminavam as novas regras de cálculo da aposentadoria, que retirava a necessidade de idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres e que suprimissem as idades mínimas para os servidores mais antigos.

O único destaque aprovado foi a eliminação do trecho que retira da justiça estadual e passa para a esfera federal a competência de julgar casos de benefícios acidentários da Previdência.

Rurais

Debatidas pelo movimento sindical e criticadas pela CSB, são notórias as disparidades entre a realidade urbana e rural. Na análise da Central, as novas regras são injustas para os trabalhadores do campo, que começam a trabalhar mais cedo e exercem uma atividade exaustiva, sem condições de alcançar a idade mínima exigida pela reforma. Para os defensores do destaque rejeitado, a contribuição individual por 15 anos vai inviabilizar a aposentadoria rural. Hoje, os trabalhadores do campo contribuem de acordo com a produção.

Após a greve geral organizada pela centrais sindicais no último dia 28 de abril e a divulgação de pesquisas que apontam que mais de 71% da população é contra a PEC 287, o governo e determinou que os parlamentares comprometidos em votar a favor da reforma seriam beneficiados por verbas da União nas próximas semanas (leia matéria especial aqui).

Resposta das Centrais

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)continuará mobilizando suas bases e os trabalhadores contra as reformas de caráter financistas, que vêm para suprir os direitos trabalhistas e a aposentadoria.

“Novamente os deputados votam contra aqueles que os elegeram, contra o trabalhador brasileiro. Mais do que nunca, vamos continuar mobilizados para evitar estes e outros retrocessos de direitos”, falou o presidente Antonio Neto.

As centrais sindicais promovem, a partir da próxima semana, grandes mobilizações em Brasília. No dia 15, dirigentes sindicais farão corpo a corpo com parlamentares em aeroportos e reuniões com deputados e senadores em suas bases eleitorais.

Já no dia 17, está programado o “Ocupa Brasília”, no qual as lideranças sindicais visitarão os parlamentares e líderes partidários.  Para o dia 24 de maio, as centrais farão uma marcha de trabalhadores na capital federal.

Confira todos os destaques rejeitados pela Comissão Especial:

-Aposentadoria rural se mantivesse nos moldes atuais (proposta por PSB). De acordo com a proposta, para ter acesso ao benefício, o trabalhador rural, aquele que vive de sua produção, precisará contribuir por 15 anos para a Previdência.

-Conceder novas isenções e reduções de contribuições à Previdência (proposta por PHS). Destaque buscava retirar artigo que proíbe novas isenções ou reduções de alíquotas de contribuições previdenciárias após a promulgação da emenda constitucional.

-Retirada o tempo de contribuição mínimo de 25 anos para aposentadoria — atualmente são 15 anos (proposta por PCdoB).

-Eliminar as novas regras de cálculo das aposentadorias (proposta por PT)

-Eliminar as mudanças no cálculo da pensão por morte , que prevê no mínimo 50% da aposentadoria do cônjuge mais 10% por dependente (proposta por PT)

-Eliminar as mudanças nos benefícios assistenciais (BPC), como elevação da idade mínima de 65 para 68 anos (proposta por PT)

-Retirasse a necessidade de idade mínima (65 para homens e 62 para mulheres) para que os servidores que entraram no serviço público antes de 2003 tenham integralidade dos benefícios (proposta por PSB)

-Suprimir as idades mínimas para os servidores mais antigos (proposta por PDT)

-Submeter a reforma a um referendo popular (proposta por PSOL)

Compartilhe:

Leia mais
Ainda Estou Aqui melhor filme oscar
Indicado a Melhor Filme no Oscar, Ainda Estou Aqui faz história resgatando trauma da ditadura militar
negociação coletiva reajuste acima inflação dieese 2024
Dieese: Reajuste salarial foi acima da inflação em 85% das negociações coletivas em 2024
Sinplalto filiação CSB
Sindicato dos Servidores Municipais da Microrregião de Araxá anuncia filiação à CSB: "nova fase"
vagas emprego sine carteira de trabalho digital
Vagas de emprego do Sine estão disponíveis na Carteira de Trabalho Digital
emprego e beneficios sociais reduzem pobreza no brasil
Luiz Marinho destaca conquistas lideradas pelo Ministério do Trabalho em 2024
Sindpd aciona empresas que usam desoneração sem enquadramento sindical
Sindpd-SP inicia processos contra empresas que utilizam desoneração sem enquadramento correto
intercambio sindical em Washington
Sindicalistas do Brasil e dos EUA trocam experiências em programa de intercâmbio em Washington
INSS pagamento automatico auxilio doença
INSS suspende bloqueio de pagamento do benefício por falta de comprovação de vida
fake news não há nova contribuição sindical
Ao contrário do que diz a imprensa, não há nova contribuição sindical em discussão no país
reunião dieese servidores públicos
Servidor público, participe de reunião estratégica na defesa de seus direitos; acesse o link