Denúncias trabalhistas envolvendo calor extremo quintuplicam em três anos

As ondas de calor cada vez mais intensas têm causado impactos diretos na saúde e segurança dos trabalhadores brasileiros. Dados recentes do Ministério Público do Trabalho (MPT) mostram um aumento expressivo nas denúncias relacionadas ao calor extremo no ambiente de trabalho. Entre 2022 e 2024, as queixas quintuplicaram, e apenas nos dois primeiros meses de 2025, os registros já ultrapassaram os números de 2022 inteiro.

Os trabalhadores mais expostos ao calor extremo pertencem a setores que envolvem atividades ao ar livre, como agricultura, construção civil, correios, telecomunicações e vigilância. Setores como telemarketing, supermercados e comércio em geral, panificadoras, indústrias e até hospitais também estão sendo denunciados.

Leia também: Governo estuda revisar regras de segurança do trabalho em meio a calor extremo

De acordo com Cirlene Zimmermann, titular da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho e da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Codemat), a falta de medidas adequadas para minimizar os impactos do calor tem levado a problemas de saúde graves, como desidratação, exaustão térmica e até mortes relacionadas ao calor.

Diante da situação, o MPT lançou diretrizes para enfrentar os impactos das mudanças climáticas no ambiente de trabalho:

  • Ajuste dos horários de trabalho para evitar exposição nos períodos mais quentes do dia;
  • Criação de pausas para descanso em locais com ventilação adequada;
  • Instalação de sistemas de ventilação e climatização em ambientes fechados;
  • Disponibilização de água e espaços de sombra para os trabalhadores expostos ao calor intenso;
  • Implementação do trabalho remoto sempre que possível, especialmente para pessoas mais vulneráveis.

Diego Xavier, coordenador do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), alerta para a relação entre vulnerabilidade social e os impactos das mudanças climáticas no ambiente de trabalho. Trabalhadores negros e moradores de regiões periféricas são mais afetados pelo calor extremo.

“Quando olhamos quem são os trabalhadores na construção civil ou na limpeza e conservação, ou seja, quem está trabalhando diretamente exposto em áreas externas, em geral, a maior parte dessa população é negra”, observa Xavier.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que mais de 2,41 bilhões de trabalhadores no mundo todo estão expostos aos riscos do calor excessivo, resultando em 22,9 milhões de lesões e 18.970 mortes por ano em todo o mundo.

Com informações de Folha de S.Paulo

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