CSB sedia reunião de grupo de trabalho da Comissão Nacional da Verdade

O GT Ditadura e Repressão aos Trabalhadores  e ao Movimento Sindical debateu diretrizes das pesquisas que resultaram no relatório final

O grupo de trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores  e ao Movimento Sindical” da Comissão Nacional da Verdade (CNV) realizou um encontro com os membros do GT na sede da CSB, em São Paulo, nesta terça-feira, dia 8. O evento foi organizado para debater as diretrizes da pesquisa que investiga as empresas que se beneficiaram e apoiaram a ditadura, além de debater a participação civil no Golpe Militar de 1964.IMGP2746

A CSB esteve presente com a participação do secretário-geral Alvaro Egea, Ismael Antonio de Souza e José Carlos Quintino. As pesquisadoras Milena Pontes e Alejandra Estevez participaram do evento e apresentaram materiais que comprovam que a ditadura militar foi uma das maiores ações de repressão contra o trabalhador. Além disso, lembraram de casos como a greve de 1988 na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e o massacre dos garimpeiros de Serra Pelada. O material e o debate do grupo de trabalho serão apresentados em nova reunião no próximo dia 15.

Para Alvaro Egea, esse tipo de encontro é necessário, pois é possível focar e direcionar os caminhos das pesquisas para que seja apresentado um relatório final com qualidade de dados e de fontes. “Com o trabalho dos pesquisadores, conseguimos provas, e ficou evidente que o Golpe de 1964 foi planejado muito antes do que se pensava. Já na década de 1950 havia indícios de que a ditadura vinha sendo arquitetada por empresários e militares conservadores”, conta o dirigente.IMGP2742

Segundo Ismael Antonio de Souza, os sindicatos e as centrais sindicais precisam estar unidos para que a verdade sobre a ditadura e a repressão contra os trabalhadores venham à tona. “Um país com um governo trabalhista era uma ameaça muito grande para os empresários e para a manutenção do capitalismo, por isso o golpe foi contra a classe trabalhadora, e não contra os estudantes. Um exemplo disso é que 60% dos desaparecidos eram trabalhadores”, analisa.

Principais diretrizes das pesquisas do grupo de trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores  e ao Movimento Sindical” da Comissão Nacional da Verdade
  Levantamento dos sindicatos que sofreram invasão e intervenção no golpe e após o golpe;
Investigação de quantos e quais dirigentes sindicais foram cassados pela ditadura militar;
Quais e quantos dirigentes sindicais sofreram prisão imediata ao golpe;
Levantamento da destruição do patrimônio documental e físico das entidades sindicais;
Investigação sobre prisões, tortura e assassinatos de dirigentes e militantes sindicais urbanos e rurais;
Vinculação das empresas com a repressão;
Relação do serviço de segurança das empresas estatais e privadas com a repressão e atuação das forças armadas;
Legislação antissocial e antitrabalhadores (lei de greve, lei do arrocho salarial, lei do fim da estabilidade no emprego, entre outras);
 Levantamento da repressão às greves;
Tratamento dado à mulher trabalhadora durante a repressão;
Levantamento dos prejuízos causados aos trabalhadores e suas entidades pelo regime militar para reparação moral, política e material.

 A CSB visa colaborar com o trabalho do grupo da Comissão da Verdade na busca dos verdadeiros fatos sobre a repressão às lideranças sindicais, ao movimento sindical e na preservação da memória da luta dos trabalhadores durante a ditadura. Contribui também como uma poderosa fonte de educação para a nova geração de dirigentes sindicais que não viveram a época.

Tortura

A Comissão Nacional da Verdade entregou nesta semana um relatório com  17 centros clandestinos de tortura que funcionaram no Brasil durante o período da ditadura. Conhecidos como “casas da morte”, sete já foram mapeadas, com endereço e período de funcionamento; a cadeia de comando; e quantas vítimas foram torturadas, mortas ou desapareceram nesses locais. Dez delas ainda estão sendo pesquisadas.

O documento, coordenado pela pesquisadora Heloisa Starling, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), confirmou que os centros clandestinos eram ligados às Forças Armadas.  Os locais podem ter funcionado entre 1970 e 1975. Nesses centros, os militantes e opositores do regime eram torturados, mortos, interrogados, presos ou desapareciam.

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