CSB-Rio de Janeiro recebe seminário sobre pesquisas eleitorais

Evento foi promovido pelo Sindicato dos Estatísticos do RJ e debateu questões éticas e metodológicas, e a interferência  que as análises tiveram nas últimas eleições

O Sindicato dos Estatísticos do Rio de Janeiro (SINDEST), em parceria com a CSB – Rio de Janeiro, realizou o seminário “Reflexão e Avaliação das Metodologias adotadas nas Pesquisas Eleitorais de 2014”, no final do mês de novembro, na capital fluminense. O evento foi aberto ao público e contou com a participação de 80 pessoas.

O encontro contou com uma programação que abordou os aspectos metodológicos e éticos das pesquisas eleitorais. “O debate foi importante, pois tem como objetivo mostrar de que forma as pesquisas eleitorais interferiram na corrida presidencial e na eleição dos governadores. Muitos veículos de imprensa e empresas contratadas para fazer as pesquisas usam métodos escusos para conseguirem resultados favoráveis para o candidato que interessam a eles”, afirma André Gustavo Guimarães Cunha, presidente do SINDEST.

10686772_1498300997117043_8912570326484554738_nDurante o seminário, o dirigente defendeu que o atual modelo de pesquisas eleitorais é ineficiente e que tende ao erro. “As pesquisa são feitas pelo modelo de cotas, ou seja, não representam a opinião da sociedade como um todo, já que a amostragem – que não ultrapassa mais de mil e duzentas pessoas – é divida por idade, gênero, renda e localização geográfica. Além disso, a coleta de dados é realizada em um tempo muito curto, em geral três dias, e a divulgação em mais dois dias. Não existe possibilidade de coleta com qualidade durante este tempo. Outro problema é que na maioria das vezes as cotas não são preenchidas ou são mal preenchidas”, explica.

Para Cunha, as pesquisas eleitorais deveriam seguir um modelo estatístico puro, ou seja, deveriam ser uma pesquisa mais ampla tanto no número de entrevistados pelo pesquisador quanto no tempo de análise. “Um dos maiores problemas das pesquisas eleitorais atuais é a indução ao erro gerada pelo método de cotas. O SINDEST entende que, ao realizar este tipo de evento, está cumprindo com seu dever institucional de zelar pela qualidade das informações de natureza estatística junto à sociedade. As pesquisas precisam ser realizadas de um modo mais eficiente e transparente”, afirma.

Pesquisa eleitoral

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um ano antes dos pleitos eleitorais, edita as resoluções referentes à pesquisa eleitoral a serem aplicadas no próximo ano.  No  seminário “Reflexão e Avaliação das Metodologias adotadas nas Pesquisas Eleitorais de 2014”, o Sindicato se propôs, em 2015, a enviar recomendações ao TSE para as eleições de 2016.

No ano de 2013, o TSE fez uma audiência pública com a participação do SINDEST, que defendeu o não uso da metodologia de amostras por cotas. Além disso, solicitou que o profissional estatístico fosse o responsável técnico destes desenhos amostrais.  “Porém, o lobby das empresas de pesquisas, por meio de suas associações, foi forte e não conseguimos a mudança desta metodologia. Esperamos que em 2015 durante a próxima, audiência pública, ocorra outra luta pela mudança do modelo de amostragem”, conclui o presidente do SINDEST.

 

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