CSB participa do Dia Nacional de Luta contra a reforma da Previdência

Manifestação já reúne mais de 7 mil manifestantes, principalmente na região Nordeste do País, nesta segunda-feira (19)

Em defesa dos direitos dos trabalhadores em oposição a qualquer retrocesso na aposentadoria, a CSB participa, nesta segunda-feira (19), do Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência. O ato acontece no dia em que foi marcada a primeira sessão de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, cancelada após ser decretada a intervenção militar federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Até agora, mais de 7 mil pessoas já participam de manifestações em todo o Brasil.

As atividades da CSB tiveram início, nesta manhã, nas regiões Norte e Nordeste do País. Ceará, Paraíba e Pará foram os primeiros estados a conclamarem a população às ruas pela derrubada do projeto. Só em Fortaleza (CE), cerca de 5 mil manifestantes levantaram a voz contra o governo do presidente Michel Temer. Com bandeiras, carros de som e faixas, os trabalhadores se reuniram na Praça da Bandeira, centro da cidade, e seguiram em passeata pelas Avenidas General Sampaio e Senador Pompeu até a sede da Previdência Social no estado.

Durante o ato cearense, o vice-presidente da CSB Francisco Moura discursou aos trabalhadores. “A CSB está aqui para evitar mais uma tentativa de golpe em cima da classe trabalhadora. A PEC 287 é um projeto neoliberal, implementado pelo governo Temer para sucatear a Previdência e entregá-la às seguradoras e aos banqueiros. Assim, a aposentadoria no Brasil será privilégio de meia dúzia. Mas nós não vamos aceitar esse golpe. O trabalhador tem direito a se aposentar, e é nas ruas que vamos garantir que a Previdência continue nas mãos da classe trabalhadora”, declarou Moura, acompanhado de outros representantes do movimento.

Na capital do estado, participam do protesto o Sindicato dos Técnicos e Auxiliares em Radiologia do Estado do Ceará (SINTARC/CE) e o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Ceará (SINDASP/CE). Já no município de Iguatu (CE), o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Acopiara está unido aos trabalhadores da cidade contra o governo e por uma reforma política.

Presente na manifestação de Fortaleza, Anemery Ramalho, presidente do SINTARC/CE e secretária da Mulher Trabalhadora da seccional da CSB no estado, ressaltou a importância da defesa à aposentadoria no Brasil e denunciou a mentira sobre o suposto déficit previdenciário. A CSB divulga desde 2016 que a Seguridade Social – composta pela Assistência Social, Saúde Pública e Previdência – é superavitária. De acordo com a doutora em economia Denise Gentil, em 2015, o superávit chegou a R$ 16,1 bilhões.

“Estou aqui para pedir que a Previdência não morra, porque a Previdência, ao contrário do que a mídia vem propagando, tem superávit. O déficit fica às custas dos desvios de um governo que gasta além do que pode, dando juros altos aos banqueiros. Infelizmente, esse é o País em que vivemos hoje”, relembrou a dirigente, referindo-se aos R$ 32,1 bilhões gastos pelo governo para barrar as duas denúncias contra o presidente da República e os R$ 426 bilhões que grandes empresas nunca repassaram ao INSS.

No Pará, o povo também está nas ruas em passeata contra os retrocessos propostos pela reforma, como a implantação de uma idade mínima para se aposentar (65 anos a homens e 62 a mulheres) e o aumento tempo de contribuição do setor público de 15 para 25 anos. João Alberto Rodrigues, 2º secretário de Saúde da CSB e presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Pará (SIMVEPA), participa do protesto.

De acordo com o dirigente, o objetivo da manifestação é defender direitos constitucionais. “Estamos aqui em prol do que é um direito garantido na Constituição Federal. E não podemos em hipótese alguma abrir mão dele, porque o trabalhador, tanto rural, quanto urbano, merece se aposentar. Não vamos deixar que a reforma da Previdência viole a Constituição como a reforma trabalhista fez. Não podemos calar diante de mais um golpe do governo brasileiro contra nós”, conclamou Rodrigues, corroborado pelos manifestantes da Paraíba.

No estado, os trabalhadores carregam placas com os rostos dos parlamentares considerados “golpistas” pela população e pedem que os eleitores brasileiros não os reelejam neste ano. Entre os rostos, aparecem os dos deputados Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), Pedro Cunha Lima (PSDB/PB), André Amaral (PMDB/PB) e o do senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB). O SINTESUF é uma das lideranças do protesto.

Ainda no Nordeste, houve manifestações em Recife (PE) e 75 escolas sob administração da prefeitura de Aracaju (SE) também ficaram sem aula.

Demais regiões

A Central também está na liderança da manifestação que ocorre em Juiz Fora (MG). Os trabalhadores se reuniram na Praça da Estação para iniciar o protesto, que conta com a participação da FESERP/MG e do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora (SINSERPU/JF).

“É importante que a gente mantenha as nossas turbinas acesas e que a gente possa fazer rastro também nas comunidades e nos bairros para informar os trabalhadores, os estudantes, dos locais mais periféricos, sobre a situação em que se encontra o nosso País. Todos têm que se manter vigilantes contra mais esse retrocesso engendrado pelo governo Temer e por congressistas”, discursou aos trabalhadores o secretário de Formação Sindical da CSB, Cosme Nogueira.

Em São Paulo, segundo publicação do portal de notícias G1, o serviço de transporte municipal foi paralisado nas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo e Guarulhos, os professores da rede municipal de ensino entraram em greve na capital e agências bancárias estão fechadas na Grande São Paulo. Durante a tarde, ainda houve protesto na Avenida Paulista e na cidade de Suzano, com a presença do Sindicato dos Servidores Públicos do município.

Para engrossar as fileiras de luta contra a reforma previdenciária, o Mato Grosso é outro estado que mobilizou a população, em frente à sede do INSS, no município de Cuiabá. A manifestação é liderada pela seccional da CSB mato-grossense e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado do Mato Grosso (Sintap/MT).

“Sou a favor da reforma da Previdência de juízes, militares e de políticos que são quem verdadeiramente quebram o sistema. Por que, então, esses grupos ficaram de fora? ”, questiona a presidente do Sindicato e secretária de Mobilização da Central no estado, Rosimeire Ritter.

O Dia Nacional de Luta é uma iniciativa da união das centrais CSB, CUT, CTB, UGT, Força Sindical e Nova Central.

Acompanhe ao longo do dia atualizações sobre os protestos.

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