Central dos Sindicatos Brasileiros

CSB participa de Ato Público em defesa dos trabalhadores torturados pela ditadura

CSB participa de Ato Público em defesa dos trabalhadores torturados pela ditadura

Evento organizado pelo Fórum de Trabalhadores por Verdade, Justiça e Reparação acontece em São Paulo

O Fórum de Trabalhadores por Verdade, Justiça e Reparação realizará, em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos, no dia 11 de junho, um Ato Público para debater o balanço do trabalho das comissões, especialmente a Comissão Nacional da Verdade (CNV), além das próximas etapas da luta por justiça e reparação sobre a responsabilização dos civis colaboradores do golpe e da manutenção do regime militar.

O encontro tem o propósito de fazer um balanço sobre o trabalho da Comissão Nacional da Verdade e a perspectiva sobre a viabilidade de continuar o trabalho institucional e qualitativo por parte das entidades, comitês, sindicatos e comissões. Na ocasião, será divulgado um manifesto pela manutenção dos trabalhos das instituições.

A CNV criou o Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores, Trabalhadoras e ao Movimento Sindical”, que tem atuado para que empresas como a Varig, Embraer, General Motors, entre outras, paguem por danos morais e materiais causados por eles aos trabalhadores no período de 1964 a 1985.

Uma das empresas investigadas é a Volkswagem, que costumava listar os próprios funcionários que eram contra o regime militar e os denunciava para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). “Existem relatos de que os militares foram várias vezes até a sede da empresa em SP para prender empregados e torturá-los”, conta Ismael Antônio de Souza, representante da CSB no Grupo de Trabalho da Comissão da Verdade.

Segundo Ismael de Souza, o golpe foi claramente elaborado pelos empresários junto aos militares, pois – com esse plano – seriam rompidos todos os laços de associação, além de cercear a luta dos trabalhadores, desvalorizando também a mão de obra.

O representante faz ainda uma analogia ao afirmar que a Polícia Militar é remanescente da ditadura, porque, apesar de estar na função de auxilio e proteção ao cidadão, continua adotando o mesmo método repressivo de tortura, em alguns casos, dentro das delegacias.

Para Lucio Bellentani, ex-metalúrgico e representante da CSB, o relatório final entregue pela Comissão da Verdade não especificava que era um golpe civil militar. Por isso existe a necessidade de que ele seja apurado mais afundo. “Até hoje os sindicatos e trabalhadores ainda passam por retaliações por parte das empresas. Por esse motivo, o ato reivindica que a presidente Dilma Rousseff crie uma secretaria permanente para apuração dos fatos”, disse.

Serviço

Ato Público no Arquivo Histórico de São Paulo, próximo à estação do metrô Tiradentes

Horário: às 9h