Encontro teve como objetivo discutir os impactos da investigação da PF na economia
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado reuniu, na terça-feira (28), representantes do Ministério da Agricultura, da Procuradoria-Geral da República, da sociedade civil, dos empresários e dos trabalhadores para debater a operação Carne Fraca, que investiga o esquema de corrupção que permitia a venda de produtos deteriorados ou alterados. O debate teve como objetivo discutir os impactos da investigação conduzida pela Polícia Federal na economia nacional.
A CSB foi representada pelo vice-presidente e presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal, Flavio Werneck. Para o dirigente, a divulgação da investigação demonstrou uma “falta de tato, um erro da comunicação social do departamento da Polícia Federal”. “No mundo inteiro, os departamentos de policiais têm um setor de comunicação que divulga as informações de interesse público, não um investigador que vai a público dar alguma notícia. Essa investigação deveria ser sigilosa. O problema da operação é que foi uma investigação que apresentou culpados que não foram julgados e que afetou toda uma cadeia de produção nacional”, discursou.
Werneck ainda ressalta que “o Brasil exerce protagonismo no mercado pecuário internacional, figurando entre os maiores exportadores de proteína animal, fatores que movimentam nossa economia e geram milhares de empregos diretos e indiretos”. As divulgações das informações sigilosas da investigação geraram um grande impacto econômico com sanções de países importadores da carne nacional.
Sobre a operação
A partir de denúncias, há dois anos foram iniciadas investigações em frigoríficos de carnes (bovina, aves e suína). Participaram da operação cerca 1.100 policiais federais. A PF constatou irregularidades em 21 unidades frigoríficas entre as mais de 4.800 investigadas em todo o Brasil e seis unidades foram interditadas.
As principais práticas ilícitas ou irregulares constatadas e que estão sendo apuradas foram: corrupção por parte dos agentes sanitários; carnes estragadas, vencidas, “maquiadas”, com aditivos não permitidos ou em excesso; substituição de peru por outras espécies de aves; poluição ambiental; uso de senha de servidor público por funcionário; irregularidades na emissão de certificados, entre outros. Ressalta-se que não há evidências que tais irregularidades possam trazer danos à saúde dos consumidores.