CSB condena financiamento público a empresas estrangeiras

Central critica o empréstimo de R$ 2,6 bilhões do BNDES à Anglo American, conglomerado sul-africano do ramo de mineração

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) considera inadmissível o aporte de R$ 2,6 bilhões feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à empresa sul-africana de mineração Anglo American. Segundo o jornal Valor Econômico, já foram adquiridos pela empresa um total de US$ 5,6 bilhões em financiamento, e o montante investido pela instituição brasileira requer especial atenção.

No momento em que o Brasil necessita de investimentos no setor produtivo nacional, é – no mínimo – insensato o BNDES, com recursos públicos, financiar empresas estrangeiras como a Anglo América. O que torna o fato ainda mais grave é que grande parte desses recursos vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

O FAT é um programa do Ministério do Trabalho e Emprego destinado ao custeio de direitos do trabalhador, como o seguro-desemprego, abono salarial, além do financiamento de programas de desenvolvimento econômico. Destinar tais recursos para fomentar multinacionais estrangeiras é macular os reais objetivos do FAT e desestimular a economia.

No mesmo ritmo do projeto de distribuição de renda e diminuição da desigualdade, construído pelo governo, é preciso avançar na ampliação da indústria nacional. E o BNDES tem papel fundamental na promoção do desenvolvimento econômico e social do Brasil. A previsão do Banco de investir R$ 733 bilhões na indústria até 2017 deve ser concretizada na forma de estímulo a todos os setores da produção nacional, alavancando, assim, o desenvolvimento econômico de forma robusta e duradoura.

A CSB considera fundamental o diálogo entre o poder público, o empresariado e a sociedade para a construção de um projeto sólido de estímulo ao crescimento nacional. Além disso, é essencial que o governo e as instituições como o BNDES trabalhem para o aumento dos recursos para inovação, estímulos ao crescimento de pequenos e micronegócios, fortalecimento da defesa comercial nacional, criação de regimes especiais para agregação de valor e de tecnologia nas cadeias produtivas, bem como o acompanhamento e a avaliação de políticas de estímulo a estes setores.

Concentrar forças e investimentos à inovação e à produção nacional para alavancar a competitividade da indústria nos mercados interno e externo, mobilizar as forças produtivas para competir e crescer, são mecanismos essenciais para transformar o País numa nação mais próspera, inclusiva e que valoriza os trabalhadores, os principais responsáveis pelo desenvolvimento do Brasil.

Central dos Sindicatos Brasileiros

Compartilhe:

Leia mais
Lula critica fala de campos neto
Lula critica fala de Campos Neto sobre aumento de salários ser uma "preocupação"
Manifestação contra juros altos 30 de julho
Centrais sindicais farão ato contra juros altos: cada 1% na Selic custa R$ 38 bi ao povo
eduardo leite nova proposta servidores
Governo do RS adia projetos de reestruturação de carreiras de servidores e anuncia mudanças
Grupo de Trabalho estudará impactos da inteligência artificial
Governo cria grupo para estudar impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho
GT do G20 sobre emprego em Fortaleza
CSB em reunião do G20: temas discutidos aqui são colocados em prática pelos sindicatos
adolescentes trabalho escravo colheita batatas cerquilho sp
SP: Operação resgata 13 adolescentes de trabalho escravo em colheita de batatas
sindicam-ba filia-se csb
Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Bahia filia-se à CSB
Parceria Brasil-EUA contra calor extremo trabalhadores
Parceria Brasil-EUA pelos Trabalhadores e OIT debatem ação contra calor extremo
BNDES abre concurso 2024 veja edital
BNDES abre concurso com 150 vagas e salário inicial de R$ 20 mil; acesse edital
pesquisa jornada flexivel trabalho híbrido
Flexibilidade de jornada é prioridade para 30% dos trabalhadores no Brasil