Por meio da criação de uma rede de comunicação integrada, projeto piloto visa aperfeiçoar a produção de conteúdo para a aproximação das entidades junto aos trabalhadores
Nesta segunda-feira, 13, representantes de sindicatos filiados à CSB em São Paulo participaram de um dia de formação ministrado pelo historiador e mestrando em educação Márcio Carvalho. Realizado na sede do Sindpd, em São Paulo, o debate foi voltado para a utilização das redes sociais como canal de diálogo entre entidades sindicais e trabalhadores.
Por meio da troca de experiências, da formação e da qualificação dos dirigentes, a CSB pretende dar voz e fortalecer as representações sindicais. Formar líderes engajados e aptos a defenderem a classe trabalhadora é um compromisso da Central, para que a sociedade esteja atenta à nova realidade trazida pela reforma trabalhista. Ao apresentar o projeto piloto da CSB – que pretende aprimorar a iniciativa para que esta seja mais uma ferramenta de capacitação das bases –, o secretário de Comunicação da Entidade, Alessandro Rodrigues, mostrou um estudo do IBGE que aponta a relação da sociedade com os sindicatos.
De acordo com a pesquisa, do total de 94,4 milhões de trabalhadores no Brasil, 18,4 milhões são sindicalizados – o que corresponde a 19,5% da classe trabalhadora. Os dados foram retirados do suplemento Aspectos das Relações de Trabalho e Sindicalização, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015.O número é o maior percentual desde 2004. No entanto, a participação dos associados ainda é baixa: 79,1% não usavam os serviços oferecidos pelas entidades e 81,2% não iam às atividades promovidas.
“Os resultados dos cursos mostram que a CSB está no caminho certo. Precisamos trocar experiências, ouvir as dificuldades, encontrar caminhos e traçar estratégias de forma conjunta. Desta maneira conseguiremos aumentar a participação dos trabalhadores nos sindicatos, atender às necessidades e esclarecer as dúvidas”, afirmou Rodrigues.
“O nosso diferencial político sindical é entender profundamente o que o Brasil está vivendo. É preciso entender para criar empatia e dialogar de modo sensato. O momento é de fortalecimento dos sindicatos”, corroborou Márcio Carvalho no início de sua apresentação. Para aperfeiçoar a produção de conteúdo, o historiador propôs aos participantes a criação uma rede de comunicação integrada entre os sindicatos da base, um ambiente digital de convergência de interesses.
Mídias sociais na organização dos trabalhadores
O Digital in 2017 Global Overview, um estudo realizado pelas agências We Are Social e Hootsuit, aponta 139 milhões de internautas no País. Dentre os brasileiros, 58% utilizam as mídias sociais. Para atingir o maior número de internautas, é preciso se comunicar com sentimentos e valores, orientou o palestrante.
Conteúdos diferenciados como charges, vídeos e tirinhas são algumas das maneiras de iniciar uma discussão sobre assuntos mais densos. Márcio Carvalho esclarece que o humor pode ser a porta de entrada nas mídias sociais. Mas enfatiza que é preciso oferecer, ainda, uma outra plataforma que aprofunde o tema. O monitoramento das mídias também é essencial, pois sai do conhecimento experimental (prático) e vai para o mundo teórico, criando perspectivas do que pode acontecer no futuro.
Carvalho apresentou algumas técnicas para aprimorar o uso das mídias sociais pelos sindicatos. Sob duas perspectivas diferentes, uma utilizada para comunicar e a outra para fortalecer a organização, é preciso seguir cinco princípios fundamentais do conteúdo web: simplicidade, utilidade, inovação, verdade e envolvimento.
Na prática, o projeto precisa promover a integração entre as redes, adaptando o conteúdo para as mais diferentes mídias – Facebook, Twitter, Whatsapp, entre outras. Planejar uma agenda de mobilizações bimensais e avaliar o engajamento do público também é fundamental para transformar a comunicação de um sindicato.
Paulo de Oliveira, presidente do SEAAC de Presidente Prudente, participou da formação. Para o 1º secretário de Organização e Mobilização da CSB, desenvolver e qualificar os dirigentes sindicais é fundamental. “Muitos ainda não veem a comunicação como fator primordial para os trabalhadores. Precisamos mudar a nossa mente e entender que é importante. Por falta desse desenvolvimento, tem-se também a falta de engajamento. Melhorar a comunicação é um exercício essencial para a CSB contribuir com o movimento sindical”, analisou.
Representantes de outras entidades participaram do dia de formação realizado em São Paulo. São elas: Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região, Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sindcont-SP), Sindicato dos Empregados Domésticos de Araçatuba e Região, Sindicato dos Empregados de Cooperativas Médicas no Estado de São Paulo (SECMESP), Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino e Educação de Rio Claro e Região (SINTEEE), e Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (FERAESP).
Márcio Carvalho foi um dos palestrantes do Congresso da CSB em São Paulo. Para assistir à apresentação completa, clique aqui.