Durante o período de investigação e pesquisa, a Comissão teve de enfrentar desafios, como o silêncio dos militares
Após três anos da lei que criou a Comissão Nacional da Verdade, ela chega à etapa final. No próximo dia 10 de dezembro, os integrantes da Comissão vão divulgar o relatório final da apuração dos casos de violação aos direitos humanos ocorridos no Brasil entre 1946 e 1988, com atenção maior aos crimes cometidos entre 1964 e 1985, durante a ditadura militar.
Desde a instalação, em maio de 2012, a Comissão realizou audiências públicas, colheu mais de mil depoimentos e documentos, e visitou sete instalações militares onde ocorreram violações aos direitos humanos.
Nas diligências, presos políticos reconheciam os locais de torturas. Em depoimento à Comissão da Verdade durante visita ao Décimo Segundo Regime de Infantaria de Belo Horizonte, em setembro deste ano, a assistente social Gilse Cosenza foi uma das que se lembraram do local.
Por outro lado, a Associação Nacional dos Militares do Brasil criticou o fato da Comissão da Verdade não investigar os crimes cometidos por militantes, como aponta o presidente da entidade, Marcelo Machado.
Porém, esse argumento é contestado pela própria Comissão. Em entrevista ao programa Espaço Público, da TV Brasil, em setembro, o coordenador da Comissão, Pedro Dallari, explicou o motivo.
A expectativa é que todo o material colhido pela Comissão Nacional da Verdade revele fatos que ainda marcam vidas, como a do integrante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos, Ivan Seixas.
Histórias que mudaram destinos, expectativas de futuro e transformaram famílias.
Fonte: Agência Brasil