Posse da nova direção aconteceu no último dia de Congresso, que reuniu mais de 190 dirigentes e mais de 30 entidades mato-grossenses
O último dia do Congresso Estadual da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) Mato Grosso, realizado em Cuiabá, foi marcado pela eleição e posse dos dirigentes sindicais que irão compor, pelos próximos cinco anos, a diretoria da Seccional. Pautados pela luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, principalmente contra as reformas da Previdência e trabalhista, a nova diretoria também trabalhará na ampliação e na união do seu quadro de sindicatos, visando se tornar a maior central sindical do Mato Grosso.
Eleita presidente da Seccional, Diany Dias, que também é vice-presidente da Central e presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado de Mato Grosso (Sintap), pregou a união dos sindicatos em prol de todos os trabalhadores. “Quem sabe faz a hora não espera acontecer, e a CBS é isso. Nossa hora é agora, vamos todos trabalhar e buscar a sustentabilidade dos nossos trabalhadores. Vamos trabalhar, CSB Mato Grosso”, declarou.
Vice-presidente da Central em Mato Grosso, Antonio Wagner de Oliveira declarou que a diretoria eleita vai buscar uma evolução.
“Este Congresso é um sonho realizado, queremos fazer as coisas bem claras, vamos promover debates, sempre de maneira democrática. A diretoria eleita sabe da importância dos seus cargos e das suas responsabilidades. Temos uma meta ambiciosa, nascemos como a segunda central no estado, e em dois anos o plano é de ser a primeira central em Mato Grosso”, falou emocionado.
Pauta dos congressos realizados pela CSB, a luta contra o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38, que trata da reforma trabalhista e tramita no Senado Federal, fez parte do discurso de Alvaro Egea, secretário-geral da entidade.
“Precisamos vencer esta reforma, que deve ser votada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Sabemos que a votação será política, por isso devemos manter nossa pressão nos senadores. Vamos trabalhar os votos dos senadores, em especial os que compõem a CCJ. É possível vencer esse projeto, vamos deixar claro que o futuro político desses senadores depende do voto deles, pois o povo não vai perdoar quem é a favor de uma lei que estabelece a escravidão. A luta contra esta reforma é nossa prioridade”, falou.
O secretário de Comunicação da CSB, Alessandro Rodrigues, espera que haja uma indignação e senso coletivo diante o desmantelamento do movimento sindical e das perdas dos direitos dos trabalhadores brasileiros.
“Esse processo de desmantelamento dos direitos trabalhistas é um processo que vai gerar um empobrecimento enorme no País, e o reflexo vai se dar em todos os âmbitos. Esses fatos irão afetar todos os setores, e isso precisa despertar nossa indignação e senso coletivo. Nosso compromisso é com o conjunto dos trabalhadores, pois mais cedo ou mais tarde serão afetados”, finalizou.
Moções
Além da eleição e da cerimónia de posse dos diretores mato-grossenses, os dirigentes participantes do Congresso também aprovaram quatro moções apresentadas.
Com o estado do Mato Grosso e o Estado brasileiro diretamente prejudicados pela isenção de impostos ao setor do agronegócio, a primeira moção prevê a construção de uma lei de iniciativa popular pela taxação do setor.
Tema da palestra do docente e pesquisador da Universidade Estadual do Moto Grosso Edilson Antônio de Souza, a falta de taxação desfalcou os cofres públicos, em 2016, em tR$ 5 bilhões.
“Vamos produzir um material consistente, realizar amplos estudos, com as consultas ao Tribunal de Contas e com a Assembleia”, completou Wagner.
A outra moção refere-se ao apoio aos servidores do Rio de Janeiro, que estão sem receber o 13º salário de 2016. Moções de apoio às Diretas e de repúdio aos grampos ilegais no Estado do Mato Grosso também foram aprovadas.
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