CENTRAIS SINDICAIS: Se­guir uni­dos pa­ra lu­tar pe­la vi­da

Apan­de­mia do co­ro­na­ví­rus expôs pro­ble­mas crô­ni­cos co­mo a pre­ca­ri­e­da­de ha­bi­ta­ci­o­nal e de sa­ne­a­men­to que atin­ge mi­lhões de fa­mí­li­as, o des­mon­te das leis de pro­te­ção ao tra­ba­lha­dor, que avan­ça des­de 2017, a po­bre­za e as inú­me­ras for­mas de de­si­gual­da­de. Expôs a im­por­tân­cia de um sis­te­ma uni­ver­sal de saú­de, co­mo o SUS. E expôs, so­bre­tu­do, o ca­rá­ter de pes­so­as e a con­du­ta de ins­ti­tui­ções e dos go­ver­nos mu­ni­ci­pais, es­ta­du­ais e fe­de­ral. Em nos­so en­ten­di­men­to res­ta ób­vio que a vi­da de­ve ser pri­o­ri­za­da so­bre qual­quer ou­tro as­pec­to. As­sim, pa­ra nós, sin­di­ca­lis­tas, a eco­no­mia de­ve aten­der ao in­te­res­se co­le­ti­vo e ao bem co­mum. Des­de o iní­cio da cri­se o mo­vi­men­to sin­di­cal tem si­do um dos seg­men­tos mais ati­vos em seu com­ba­te. Ba­ta­lha­mos por acor­dos tra­ba­lhis­tas jus­tos. Pro­pu­se­mos ao pre­si­den­te da Câ­ma­ra, Ro­dri­go Maia, o au­xí­lio emer­gen­ci­al de meio sa­lá­rio mí­ni­mo, quan­do o go­ver­no de­fen­dia ape­nas R$ 200. O va­lor apro­va­do foi de R$ 600. Tam­bém dis­po­ni­bi­li­za­mos nos­sas colô­ni­as de fé­ri­as e am­bu­la­tó­ri­os pa­ra au­xi­li­ar no com­ba­te ao co­ro­na­ví­rus. Lu­ta­mos ago­ra pe­la am­pli­a­ção do au­xí­lio emer­gen­ci­al, pe­la pro­te­ção dos em­pre­gos e sa­lá­ri­os e con­tra a re­ti­ra­da de di­rei­tos. Rei­vin­di­ca­mos tam­bém que as mi­cro e pe­que­nas em­pre­sas re­ce­bam efe­ti­va­men­te apoio fi­nan­cei­ro, in­clu­si­ve pa­ra que pos­sam re­con­ver­ter su­as pro­du­ções a fim de aten­der ne­ces­si­da­des do se­tor de saú­de. Es­ta­mos, em su­ma, bus­can­do mi­ni­mi­zar os per­ver­so­sim­pac­tos­no­sem­pre­gos e na ren­da dos tra­ba­lha­do­res e no sis­te­ma pú­bli­co de saú­de. En­tre­tan­to, ape­sar de to­do es­se es­for­ço, não só nos­so, mas tam­bém de go­ver­na­do­res e de or­ga­ni­za­ções da so­ci­e­da­de ci­vil, a si­tu­a­ção do país é pre­o­cu­pan­te. Is­so por­que, além de li­dar com es­ta ter­rí­vel pan­de­mia, li­da­mos com um mal mai­or, que é o go­ver­no de Jair Bol­so­na­ro.

Apan­de­mia do co­ro­na­ví­rus expôs pro­ble­mas crô­ni­cos co­mo a pre­ca­ri­e­da­de ha­bi­ta­ci­o­nal e de sa­ne­a­men­to que atin­ge mi­lhões de fa­mí­li­as, o des­mon­te das leis de pro­te­ção ao tra­ba­lha­dor, que avan­ça des­de 2017, a po­bre­za e as inú­me­ras for­mas de de­si­gual­da­de. Expôs a im­por­tân­cia de um sis­te­ma uni­ver­sal de saú­de, co­mo o SUS. E expôs, so­bre­tu­do, o ca­rá­ter de pes­so­as e a con­du­ta de ins­ti­tui­ções e dos go­ver­nos mu­ni­ci­pais, es­ta­du­ais e fe­de­ral. Em nos­so en­ten­di­men­to res­ta ób­vio que a vi­da de­ve ser pri­o­ri­za­da so­bre qual­quer ou­tro as­pec­to. As­sim, pa­ra nós, sin­di­ca­lis­tas, a eco­no­mia de­ve aten­der ao in­te­res­se co­le­ti­vo e ao bem co­mum. Des­de o iní­cio da cri­se o mo­vi­men­to sin­di­cal tem si­do um dos seg­men­tos mais ati­vos em seu com­ba­te. Ba­ta­lha­mos por acor­dos tra­ba­lhis­tas jus­tos. Pro­pu­se­mos ao pre­si­den­te da Câ­ma­ra, Ro­dri­go Maia, o au­xí­lio emer­gen­ci­al de meio sa­lá­rio mí­ni­mo, quan­do o go­ver­no de­fen­dia ape­nas R$ 200. O va­lor apro­va­do foi de R$ 600. Tam­bém dis­po­ni­bi­li­za­mos nos­sas colô­ni­as de fé­ri­as e am­bu­la­tó­ri­os pa­ra au­xi­li­ar no com­ba­te ao co­ro­na­ví­rus. Lu­ta­mos ago­ra pe­la am­pli­a­ção do au­xí­lio emer­gen­ci­al, pe­la pro­te­ção dos em­pre­gos e sa­lá­ri­os e con­tra a re­ti­ra­da de di­rei­tos. Rei­vin­di­ca­mos tam­bém que as mi­cro e pe­que­nas em­pre­sas re­ce­bam efe­ti­va­men­te apoio fi­nan­cei­ro, in­clu­si­ve pa­ra que pos­sam re­con­ver­ter su­as pro­du­ções a fim de aten­der ne­ces­si­da­des do se­tor de saú­de. Es­ta­mos, em su­ma, bus­can­do mi­ni­mi­zar os per­ver­so­sim­pac­tos­no­sem­pre­gos e na ren­da dos tra­ba­lha­do­res e no sis­te­ma pú­bli­co de saú­de. En­tre­tan­to, ape­sar de to­do es­se es­for­ço, não só nos­so, mas tam­bém de go­ver­na­do­res e de or­ga­ni­za­ções da so­ci­e­da­de ci­vil, a si­tu­a­ção do país é pre­o­cu­pan­te. Is­so por­que, além de li­dar com es­ta ter­rí­vel pan­de­mia, li­da­mos com um mal mai­or, que é o go­ver­no de Jair Bol­so­na­ro.

O atu­al pre­si­den­te da Re­pú­bli­ca ne­ga a re­a­li­da­de e pri­o­ri­za a sal­va­ção do li­vre mer­ca­do em de­tri­men­to da sal­va­ção de vi­das.

O Bra­sil já é o se­gun­do país no mun­do com mais in­fec­ta­dos e mor­tos pe­la Co­vid-19 e, de acor­do com a pre­vi­são da Uni­ver­si­da­de de Washing­ton (EUA), che­ga­rá a agos­to com mais de 125 mil vi­das cei­fa­das pe­la pan­de­mia.

Se­ria de se es­pe­rar, di­an­te de tal qu­a­dro, que o go­ver­no re­for­ças­se me­di­das de con­ten­ção do ví­rus, co­mo o iso­la­men­to so­ci­al. Mas, ao in­vés dis­so, além de pro­vo­car aglo­me­ra­ções, o pre­si­den­te ale­ga não ter re­cur­sos pa­ra ga­ran­tir a ren­da das fa­mí­li­as e o fi­nan­ci­a­men­to de em­pre­sas du­ran­te a qua­ren­te­na. Acre­di­ta­mos que es­se ti­po de pos­tu­ra, que é mar­ca do Bra­sil de Bol­so­na­ro, aco­ber­ta o aban­do­no e o abis­mo so­ci­al. E a ver­da­dei­ra fa­ce des­te des­go­ver­no es­tá ex­pos­ta no ví­deo da reu­nião mi­nis­te­ri­al de 22 abril, na qual o pre­si­den­te e seus mi­nis­tros re­a­li­zam ata­ques ao Es­ta­do

De­mo­crá­ti­co de Di­rei­to, à im­pren­sa e às po­lí­ti­cas pú­bli­cas. Um hor­ror ex­plí­ci­to. Di­an­te des­sa gra­vís­si­ma cri­se sa­ni­tá­ria, econô­mi­ca e so­ci­al não ca­be mais o pro­je­to de Es­ta­do mí­ni­mo. Nes­se no­vo con­tex­to de se­ve­ra ad­ver­si­da­de, ca­be­rá ao Es­ta­do e aos go­ver­nos in­ves­ti­rem e co­or­de­na­rem estratégias de re­sis­tên­cia e de su­pe­ra­ção. A omis­são é gra­ve e le­va a mor­tes. O ca­mi­nho que vis­lum­bra­mos pa­ra su­pe­rar a cri­se é o da união na­ci­o­nal en­tre go­ver­nan­tes, par­la­men­ta­res, juí­zes e pro­mo­to­res, ges­to­res pú­bli­cos, em­pre­sá­ri­os, lí­de­res co­mu­ni­tá­ri­os, ati­vis­tas, ar­tis­tas, in­te­lec­tu­ais, jor­na­lis­tas e to­das as pes­so­as de bem, pe­lo nos­so que­ri­do Bra­sil. Só atra­vés de uma cons­tru­ção de­mo­crá­ti­ca e soberana pro­je­ta­re­mos um de­sen­vol­vi­men­to as­sen­ta­do em uma eco­no­mia mo­bi­li­za­da por va­lo­res hu­ma­ni­tá­ri­os. Se­gui­re­mos jun­tos com pro­pos­tas, diá­lo­go e de­ter­mi­na­ção!

De­mo­crá­ti­co de Di­rei­to, à im­pren­sa e às po­lí­ti­cas pú­bli­cas. Um hor­ror ex­plí­ci­to. Di­an­te des­sa gra­vís­si­ma cri­se sa­ni­tá­ria, econô­mi­ca e so­ci­al não ca­be mais o pro­je­to de Es­ta­do mí­ni­mo. Nes­se no­vo con­tex­to de se­ve­ra ad­ver­si­da­de, ca­be­rá ao Es­ta­do e aos go­ver­nos in­ves­ti­rem e co­or­de­na­rem estratégias de re­sis­tên­cia e de su­pe­ra­ção. A omis­são é gra­ve e le­va a mor­tes. O ca­mi­nho que vis­lum­bra­mos pa­ra su­pe­rar a cri­se é o da união na­ci­o­nal en­tre go­ver­nan­tes, par­la­men­ta­res, juí­zes e pro­mo­to­res, ges­to­res pú­bli­cos, em­pre­sá­ri­os, lí­de­res co­mu­ni­tá­ri­os, ati­vis­tas, ar­tis­tas, in­te­lec­tu­ais, jor­na­lis­tas e to­das as pes­so­as de bem, pe­lo nos­so que­ri­do Bra­sil. Só atra­vés de uma cons­tru­ção de­mo­crá­ti­ca e soberana pro­je­ta­re­mos um de­sen­vol­vi­men­to as­sen­ta­do em uma eco­no­mia mo­bi­li­za­da por va­lo­res hu­ma­ni­tá­ri­os. Se­gui­re­mos jun­tos com pro­pos­tas, diá­lo­go e de­ter­mi­na­ção!

Sér­gio No­bre, pre­si­den­te da CUT (Cen­tral Úni­ca dos Tra­ba­lha­do­res), Mi­guel Tor­res, pre­si­den­te da For­ça Sin­di­cal, Ri­car­do Pa­tah, pre­si­den­te da UGT (União Ge­ral dos Tra­ba­lha­do­res), Adil­son Araú­jo, pre­si­den­te da CTB (Cen­tral de Tra­ba­lha­do­res e Tra­ba­lha­do­ras do Bra­sil), Jo­sé Ca­lix­to Ra­mos, pre­si­den­te da NCST (No­va Cen­tral Sin­di­cal de Tra­ba­lha­do­res) e Antô­nio Ne­to, pre­si­den­te da CSB (Cen­tral de Sin­di­ca­tos do Bra­sil).

O ca­mi­nho que vis­lum­bra­mos pa­ra su­pe­rar a cri­se é o da união.

Artigo no jornal O Globo em 6 de junho de 2020.

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