O megarrodízio anunciado pela Prefeitura de São Paulo, a ser implementado a partir desta segunda-feira, 11 de maio, para combater a pandemia do coronavírus, pode ter efeito contrário ao pretendido e aumentar ainda mais o contágio. A restrição ao uso de veículos irá sobrecarregar o transporte público, especialmente metrô, ônibus e trens, prejudicando motoristas e cobradores, além dos trabalhadores em serviços essenciais que precisam se deslocar ao trabalho.
Diante do exposto, as Centrais Sindicais repudiam o megarrodízio de veículos anunciado pela Prefeitura de São Paulo, defendem o lockdown (bloqueio total, que é restrição de circular em áreas públicas sem motivos emergenciais) no município e solicita que o prefeito Bruno Covas receba os representantes do fórum das centrais.
Defendemos que o planejamento do tráfego nas cidades ou de qualquer outra medida que envolva saúde dos trabalhadores e da população deva ser feito com a participação dos representantes da classe trabalhadora, do setor patronal e de especialistas, para definir estratégias adequadas à situação.
O megarrodízio é tão drástico, que não foi implementado em nenhuma cidade do mundo, nesse período de pandemia do COVID-19. Até porque visa diminuir o congestionamento e não evitar o aumento do contágio. Fosse esse o objetivo, o carro seria muito mais seguro do que o transporte público nessa crise em que o isolamento social é fundamental.
Trabalhadores de serviços considerados essenciais, como hospitais, farmácias, supermercados, casas lotéricas, pet shops postos de gasolina, empresas de alimentação e outras de manutenção, também terão de se submeter ao megarrodízio.
Essas atividades funcionam diariamente e podem prejudicar a população que precisa delas 24 horas por dia. O megarrodízio também traz problemas para os trabalhadores dos aplicativos, que vivem com grandes dificuldades por causa do isolamento social e agora só poderão trabalhar em dias alternados.
Centrais Sindicais
Antonio Neto – Presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
Sérgio Nobre – Presidente Nacional da CUT
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah- Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Adilson Araújo – Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
José Calixto Ramos – Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores