Em nota, as centrais criticaram a posturam intransigente adotada pela Renault
Representantes das Centrais Sindicais divulgaram na quarta-feira (22) nota de apoio aos metalúrgicos da Renault, que na terça-feira (21) iniciaram greve na fábrica de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. A empresa anunciou fechamento do terceiro turno e a demissão de 747 dos aproximadamente 7,3 mil funcionários.
Os sindicalistas afirmam repudiar postura “intransigente” da direção. “Sabemos que a empresa tem recebido incentivos fiscais do governo do Estado do Paraná exatamente para gerar e manter empregos”, destacam na nota.
Ao lamentar a “insensibilidade” da montadora, as centrais dizem apoiar inclusive manifestações nas concessionárias da Renault. Insensibilidade que se mostra “principalmente neste sério momento de pandemia, em que as perdas de emprego e de renda são ainda muito mais preocupantes e podem levar famílias inteiras a riscos sociais muito graves”.
Confira a íntegra da nota
Nota das Centrais Sindicais em solidariedade à greve dos metalúrgicos da Renault
“As Centrais Sindicais abaixo assinadas estão solidárias à greve por tempo indeterminado dos trabalhadores da Renault de São José dos Pinhais/PR contra as 700 demissões anunciadas pela montadora na terça, 21 de julho de 2020.
Vale destacar que o anúncio das demissões ocorreu antes do prazo de 72h aprovado na sexta-feira, 17, em assembleia da categoria, para que a empresa voltasse a negociar com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba/PR (SMC) alternativas para a manutenção dos empregos.
Repudiamos esta forma intransigente de agir da atual direção da planta da Renault em São José dos Pinhais/PR, pois sabemos que a empresa tem recebido incentivos fiscais do governo do Estado do Paraná exatamente para gerar e manter empregos.
Colocamo-nos à inteira disposição dos metalúrgicos, liderados pelo SMC nesta greve, inclusive com manifestações nas lojas revendedoras da Renault de todo o País para mostrar à sociedade a insensibilidade social da empresa, principalmente neste sério momento de pandemia, em que as perdas de emprego e de renda são ainda muito mais preocupantes e podem levar famílias inteiras a riscos sociais muito graves.
São Paulo, 22 de julho de 2020
Alvaro Egea – Secretário geral da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
Sérgio Nobre – Presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Adilson Araújo – Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
José Calixto Ramos – Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
Atnágoras Lopes – Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
Nilza Pereira de Almeida – Secretária de Finanças da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
Ubiraci Dantas Oliveira – Presidente da CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
Emanuel Melato – Coordenação da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
José Gozze, presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
Fonte: Rede Brasil Atual
Foto: Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba