Os crimes cometidos pela Volkswagen ocorreram ao longo da Ditadura Militar
Durante a Ditadura Militar diversos abusos foram cometidos não apenas pelas forças de repressão do Estado, mas também pelo setor empresarial.
A Volkswagem foi uma das empresas que apoiaram diretamente o regime e sua violência. Ao longo do período militar, que se estendeu de 1964 a 1985, a montadora alemã estendeu a perseguição estatal aos seus trabalhadores. O auge de tal violência se deu no ano de 1971, quando o líder sindical Lucio Bellentani foi preso por 40 dias, vítima de torturas e abusos no Dops e Doi-Codi.
Bellentani, morto no dia 19 de julho de 2019, se tornou uma das principais lideranças na denúncia dos crimes cometidos pela fabricante de carros. Trabalhou como ferramenteiro na empresa, posteriormente se tornou presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados no Brasil e membro da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
Também participou do documentário “Cúmplices? A Volkswagen e a Ditadura Militar no Brasil” produção da TV Pública Alemã que revela a participação da montadora na repressão cometida pelo regime militar brasileiro.
Dessa forma, a CSB juntamente com outras centrais sindicais entrou, em 2015, com uma ação contra Volkswagem. As entidades reivindicavam uma indenização aos operários que foram perseguidos e tiveram os seus direitos violados em decorrência de crimes cometidos pela empresa.
Além da indenização, também está sendo discutido a criação de um memorial, que visa preservar a memória dos trabalhadores que lutaram contra as injustiças da Ditadura Militar. A proposta, porém, vem sendo vista com maus olhos pela empresa, interessada em apagar tanto a luta dos trabalhadores quanto os seus próprios crimes de outrora.