CCJ confirma leitura de votos em separado da reforma trabalhista para dia 28

Decisão foi tomada durante reunião da comissão desta quarta-feira (21)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal decidiu que a leitura dos votos em separado sobre a reforma trabalhista será feita no próximo dia 28. Após duas horas de intenso debate entre oposição e base do governo, a confirmação foi feita durante reunião da comissão desta quarta-feira (21).

No início da sessão, senadores ligados à oposição pediram para ler os votos em separado no dia 28. O acordo era de que os votos fossem lidos nesta quarta.  “O problema é que os votos em separado agora são diferentes dos que foram apresentados na CAS e na CAE. Queremos ler na quarta porque o País vai parar. Haverá mobilizações em todo o Brasil”, afirmou Lindbergh Farias (PT-RJ).

O pedido foi incialmente negado pelo líder Romero Jucá (PMDB-RR). Porém, após negociação do presidente da comissão, Antonio Anastasia (PSDB-MG), houve acordo na CCJ.

Os parlamentares também solicitaram a realização de audiências públicas para análise de pontos ligados à constitucionalidade da proposta.

“As outras comissões [Assuntos Sociais e Assuntos Econômicos] abordaram só o mérito. Aqui estamos para analisar aspectos constitucionais. Essa comissão se diferencia das duas outras”, argumentou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

A comissão acatou o requerimento das audiências públicas. Antônio Anastasia sugeriu que sejam feitas duas reuniões na terça-feira (27): uma pela manhã e a outra à tarde.

Leitura do relatório

Ainda na sessão, Romero Jucá leu relatório a favor da reforma trabalhista aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo relator anterior, Ricardo Ferraço (PSDB-ES).

No parecer, entre os outros pontos, o senador defendeu a regulamentação do regime intermitente, o trabalho de gestantes em locais insalubres e o negociado sobre o legislado.

Para a CSB, estas são as mudanças que mais retiram direitos dos trabalhadores. “Essa proposta acaba com todas as arrecadações previdenciárias e também das contribuições sociais que o governo tem que arrecadar. Trabalho intermitente, que não tem registro, fará com que os trabalhadores não tenham acesso à aposentadoria”, analisou o presidente da Central, Antonio Neto.

De acordo com o dirigente, “essa mudança precariza as relações de trabalho e faz uma inversão bastante complexa que é acabar com o direito coletivo e transformá-lo no direito individual”, pontuou.

Neto afirmou também que os trabalhadores continuarão resistentes e unidos na luta pela preservação dos direitos.

Compartilhe:

Leia mais
Declaração Imposto de Renda 2025
Declaração do Imposto de Renda 2025 passará por mudanças, anuncia Receita Federal; saiba
Antonio Neto e Lula lançamento crédito do trabalhador
CSB acompanha lançamento do "Crédito do Trabalhador", nova modalidade de consignado
reunião centrais marinho e macedo 12-03-25
Centrais sindicais se reúnem com ministros Luiz Marinho e Márcio Macêdo em Brasília
juros consignado clt
Trabalhadores CLT pagam mais juros no consignado que servidores e aposentados
crise saúde mental mulheres afastamentos
Afastamentos relacionados à saúde mental crescem 68% em um ano; mulheres são maioria
semana 4 dias de trabalho aumento produtividade
Produtividade aumenta em empresas que adotaram semana de 4 dias de trabalho no Brasil
IRPF 2025
Imposto de Renda 2025: confira tabela, prazos e quem precisa fazer a declaração
regulamentação trabalho aplicativos união europeia
União Europeia: o trabalho em plataformas digitais exige regulação, por Clemente Ganz
processos justiça trabalhista
Sobre números e narrativas na Justiça Trabalhista, por Guilherme Guimarães Feliciano
campanha contra escala 6x1 presidente prudente
Conselho Intersindical de Presidente Prudente intensifica campanha contra escala 6x1