Acesso ao porto de Santos foi fechado; na Castello, houve confronto com PMs
Categoria promete atos até quinta; eles pedem mudança em lei sobre descanso e isenção de pagamento de pedágio.
Após a onda recente de manifestações nas ruas, caminhoneiros iniciaram ontem uma série de protestos que travaram pelo menos 22 rodovias em nove Estados.
As paralisações provocaram bloqueios parciais ou totais durante mais de 11 horas em trechos de rodovias.
O acesso ao principal porto do país, em Santos, foi fechado às 9h –com previsão de término do bloqueio só hoje.
A Castello Branco, bloqueada de manhã, só foi liberada após as 20h, quando a Tropa de Choque da Polícia Militar retirou os caminhoneiros na região de Itapevi (Grande São Paulo).
Houve confronto, com bombas de efeito moral lançadas pela polícia contra os manifestantes, que revidaram com pedras e paus.
Também foram afetadas estradas como a Dutra, a Anchieta e a Raposo Tavares.
Os motivos alegados para a mobilização dos caminhoneiros eram diversos –da cobrança de pedágio a reivindicações por melhorias nas condições de trabalho.
Além de São Paulo, houve protestos em Minas Gerais, Rio, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Bahia.
O Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que encabeça as manifestações, afirma que elas deverão prosseguir até quinta-feira.
Os protestos não têm apoio de outras associações do setor nem do sindicato que representa as empresas de transporte de carga.
Em São Paulo, caminhoneiros aproveitaram a mobilização convocada pelo MUBC para questionar a volta da cobrança do pedágio por eixo suspenso dos veículos.
A medida, prevista para começar ontem, havia sido anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Sua implantação acabou adiada.
Os caminhoneiros também protestaram contra a Lei do Descanso, válida desde 2012, que obriga os motoristas profissionais a terem uma pausa de 11 horas por período trabalhado. Os manifestantes querem reduzir essa pausa.
Na Anchieta, o tráfego de três das quatro pistas foi interrompido nos dois sentidos, em São Bernardo (Grande SP), por cerca de 11 horas.
Em Minas, nove trechos de quatro rodovias federais ficaram total ou parcialmente fechados. Três rodovias federais ficaram fechadas na Bahia. Em Mato Grosso, caminhoneiros ocuparam acostamentos da BR-364.
No Rio Grande do Sul, a BR-392 ficou interditada por duas horas. Na BR-262, em Viana (a 22 km de Vitória), ambulâncias, carros e ônibus passavam pelo acostamento.
Fonte: Folha de S.Paulo
Com a colaboração de Brasília, de São Paulo e em Santos.