Brasil planeja taxar big techs caso Estados Unidos imponha tarifas sobre aço e alumínio

O governo brasileiro pretende taxar grandes empresas americanas de tecnologia – as chamadas “big techs” – caso os EUA oficializem a taxação de 25% sobre importações de aço e alumínio, medida que afetaria diretamente o Brasil.

O segundo maior exportador de aço para o Estados Unidos é o Brasil, que tem cerca de 48% de suas exportações de aço destinadas aos EUA. Isso representa cerca de 5,7 bilhões de dólares.

No entanto, a postura adotada pelo governo brasileiro é de cautela para evitar uma guerra comercial com os norte-americanos, mas há o entendimento de que é preciso dar uma resposta a altura. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10) que o Brasil só se manifestará após um anúncio oficial feito pelo governo de Donald Trump.

“O governo tomou a decisão de só se manifestar, oportunamente, com base em decisões concretas, e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. O governo vai aguardar a decisão oficialmente antes de fazer qualquer manifestação”, disse.

De acordo com o governo, a taxação das big techs apresentaria inúmeras vantagens sobre outras possíveis medidas. Entre elas, a existência de um projeto semelhante no Canadá e um debate sobre o mesmo tema na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

No Brasil, ela está sendo discutida há vários meses e poderia ser implantada de forma quase imediata no contexto em que Trump acelera a sua guerra comercial mundial e atinge o Brasil.

Outra vantagem seria que as tarifas não iriam atrapalhar a indústria brasileira: como não seria uma taxação sobre insumos oriundos dos EUA, não teria impacto sobre os preços dos produtos no mercado interno brasileiros.

Além disso, a avaliação é de que o projeto não teria oposição dos representantes da indústria e do varejo no Brasil.

Amazon, Meta, Google e Spotify são algumas empresas que podem ser taxadas. Com isso, elas teriam que pagar impostos pelos serviços de streaming que atualmente são isentos de impostos no Brasil.

Leia também: Após tarifas de Trump, China toma medidas contra Google e outras empresas dos EUA

No caso do Canadá, há cobrança de 3% de imposto sobre a receita alcançada com serviços digitais que necessitam de dados e conteúdo de usuários (os cidadãos canadenses), contribuições de engajamento, assim como licenciamento e vendas de dados de usuários.

Para avançar com a taxação da big techs, o governo espera, com cautela, que Donald Trump anuncie a taxação de aço e alumínio ainda nesta segunda.

Com informações de Folha de S.Paulo e Agência Brasil
Foto: reprodução/Instituto Aço Brasil

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