O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou a criação do Fórum Permanente BNDES-Trabalho durante reunião com as centrais sindicais na última sexta-feira (12) em São Paulo. De acordo com ele, a intenção é abrir com um canal de diálogo sobre as pautas dos trabalhadores.
“Devemos transformar essa reunião em um fórum permanente. Reuniões bimestrais para alinhar o diagnóstico e para que o BNDES esteja mais aberto, tanto às pautas específicas quanto à discussão da pauta mais geral, do banco e do país”, afirmou Mercadante.
A ideia é que o primeiro encontro do Fórum, a ser coordenado pela diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, possa reunir entidades ligadas ao mundo do trabalho e da produção, tais como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Ministério do Trabalho, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e outros bancos de desenvolvimento.
Tereza contou que o banco já iniciou um debate com a OIT para buscar formas de viabilizar ações preventivas que garantam condições dignas de trabalho em empregos associados ao crédito do BNDES.
Durante o encontro, ficou acertado também que, dentre os seminários que estão sendo promovidos pela Comissão de Estudos Estratégicos do banco, um deles abordará o mundo do trabalho, com participação de representantes das centrais que representam os trabalhadores.
O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) é a principal fonte de recursos do BNDES. Atualmente, mais de 50% do funding [captação de recursos financeiros para aplicação em um investimento] do banco é composto de repasses do Fundo.
O conselho deliberativo do FAT – formado por representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do governo – é responsável, entre outras funções, por elaborar diretrizes para alocação de recursos e acompanhar seu impacto social. As centrais sindicais são parte do conselho.
O sociólogo Clemente Ganz Lúcio, assessor técnico das centrais sindicais, apresentou a “agenda da classe trabalhadora”. O documento reúne a pauta da classe, com “63 propostas cujo eixo é a retomada de um crescimento socioambiental sustentável”.
Os planos para o banco de fomento apresentados por Mercadante foram bem recebidos pelos representantes das centrais, já que iam ao encontro da agenda proposta por elas.
“É animador ouvir do novo presidente que o BNDES irá priorizar pautas tão importantes para o país, indo na contramão dos últimos governos que submeteram o BNDES à irrelevância. O Brasil precisa avançar e a geração de empregos, por exemplo, é pauta urgente”, declarou Antonio Neto, presidente da CSB.
Com informações de: Agência Brasil