Auditores afirmam que Haddad “alimentou revolta” que levou à greve da Receita Federal

Por meio de uma nota, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco) fez, na última segunda (17), duras críticas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A entidade representativa dos auditores aponta Haddad como “corresponsável” pela greve, “porque priorizou outras áreas sob sua gestão, ignorando demandas da Receita”.

A Unafisco aponta que o tratamento desigual para órgãos vinculados ao Ministério da Fazenda foi a “gota d’água” para o início da greve. A nota diz que Haddad “alimentou a revolta dos auditores fiscais” ao congelar o vencimento básico dos auditores enquanto a Procuradoria da Fazenda recebeu reajustes salariais de 19% pelos próximos dois anos.

O movimento grevista começou em 26 de novembro de 2024. A associação aponta que os delegados das regiões administrativas mais importantes da Receita Federal aderiram à greve, causando impacto em 80% do comércio exterior.

“Delegados e auditores adjuntos das 8ª (São Paulo), 7ª (Rio de Janeiro e Espírito Santo) e 6ª (Minas Gerais) Administrações Regionais da RFB notificaram formalmente os superintendentes sobre a suspensão de atividades críticas. Em cartas, afirmaram que entraram em modo de obrigações funcionais mínimas, interrompendo a emissão de Termos de Declaração de Procedência Fiscal (TDPF) – etapa inicial de fiscalizações – e paralisando reuniões administrativas essenciais. Essas 3 regiões concentram 80% do comércio exterior brasileiro, tornando a medida um golpe direto na economia”, diz a nota.

A Unafisco reitera que essa é a segunda greve em menos de um ano, o que “expõe falhas estruturais” no comando da Receita Federal. Afirma ainda que a “baixa aprovação popular” do presidente Lula é motivada por uma “crise de governança” que provoca o desgaste do governo.

O sindicato também listou o impacto fiscal da greve no documento:

  • Arrecadação federal: “a greve travou R$ 15 bilhões em transações tributárias pendentes desde 2024, além de interromper julgamentos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), que envolvem R$ 51 bilhões em disputas fiscais”;
  • Projeções em risco: “o governo projetava arrecadar R$ 31 bilhões com transações tributárias em 2025, mas o histórico de 2024 –quando apenas R$ 5,4 bilhões foram captados– reforça o ceticismo”;
  • Comércio exterior paralisado: “mais de 500 mil remessas de importação e exportação estão retidas, com atrasos de até 30 dias na liberação de cargas em aeroportos como Guarulhos e Viracopos. Setores como farmacêutico, automotivo e agronegócio são os mais afetados”.

Com informações de Poder 360
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil


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