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Audiência pública sobre Uber em Manaus tem protesto de taxistas

Audiência pública sobre Uber em Manaus tem protesto de taxistas

Reunião ocorreu na câmara dos vereadores, nesta quarta-feira (19). Mototaxistas e representante da SMTU participaram da discussão

O serviço de transporte particular Uber foi tema de uma audiência pública na Câmara Municipal de Manaus, na tarde desta quarta-feira (19). Além de vereadores, um grupo de taxistas e mototaxistas participaram da discussão. Com faixas e cartazes, eles promoveram uma manifestação contra a proposta do aplicativo. Ao fim do encontro, os vereadores decidiram encaminhar a discussão à Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU).

O vereador Chico Preto, responsável pela convocação da audiência pública, afirmou que o serviço oferecido pelo aplicativo Uber deve existir com regulamentação e, então, caberá à população escolher qual meio de transporte usar. “Os taxis melhoraram os serviços. Os mototaxistas estão aí e são uma realidade. Por que a população não pode escolher como se locomover?”, disse o vereador.

O Projeto de Lei 017/2017, sobre a regulamentação do Uber em Manaus, é de autoria do vereador Fransuá Matos. Durante a audiência, ele disse não ser contra os taxistas e afirma que os dois sistemas podem coexistir. “O que não podemos é impedir o direito das pessoas de escolher o tipo de transporte que acha melhor. A atividade dos taxistas deve ser respeitada, mas a escolha deve existir”, ponderou.

Matos citou audiências realizadas sobre o Uber em outros estados do país e comentou que o aplicativo foi permitido em todas as localidades. Com isto, o vereador afirma que o serviço não é ilegal, como apontado pelos taxistas.

SMTU critica app

Durante a audiência, o coronel Aldo Albuquerque, superintendente da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), explicou os aspectos do serviço de transporte privado e suas funcionalidades.

Neste mês, o órgão apreendeu veículos que atuavam pelo Uber. Segundo ele, as apreensões ocorreram por conta de carros em má condições e motorista sem carteira de habilitação com autorização para transporte de passageiros.

“O Uber não fez a fiscalização devida. Isto coloca em risco a vida dos usuários. Em São Paulo os funcionários precisam ter habilitação com autorização, e a tarifa é definida pela Prefeitura, onde as operadoras devem pagar outorga por quilômetro rodado. Até agora, não vi procura por qualquer um dos requisitos”, disse o superintendente.

Protesto

Conforme vereadores e representantes defendiam seus lados sobre o Uber, os taxistas que assistiam a audiência gritavam contra ou a favor aos posicionamentos dos políticos.

Segundo o taxista Jeferson Mendes, de 48 anos, a classe critica o fato de os motoristas do Uber não pagarem impostos para atuar na cidade. “Nós gastamos muito dinheiro com taxas mensalmente. Nós somos profissionais e o funcionário do Uber é qualquer pessoa que mal sabe dirigir direito”, criticou.

Para o representante do Sindicato dos Taxistas de Manaus, Márcio Fleuri, o Uber entrou no país e na capital amazonense de maneira irregular. Ele acredita que o aplicativo afronta leis brasileiras de transporte. “Para eu ser taxista eu tenho que ter uma autorização. Eles são pessoas comuns que levam vidas sem que sejam submetidos ao que nós somos”, comentou.

Fleuri disse ainda que a classe não é contra o aplicativo ou o uso da tecnologia. Entretanto, ele defende a regulamentação para igualar os profissionais que trabalham com esse tipo de serviço.

Fonte: G1