O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, tomou posse nesta quinta-feira (4) como membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o novo Conselhão, no Palácio Itamaraty, em Brasília.
A primeira sessão plenária do novo Conselhão marcou a posse de deus 246 novos integrantes. Criado por Lula na primeira gestão (2003-2007), o colegiado havia sido extinto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e agora volta a funcionar no terceiro mandato do petista.
“O Conselhão foi responsável por discussões importantes e pela criação de programas como o Minha Casa, Minha Vida e o PAC; e por medidas como a criação do empréstimo consignado, uma alternativa aos abusos dos empréstimos pessoais. Não tenho dúvidas que mais uma vez o CDESS será um importante espaço para o debate de agendas fundamentais para a classe trabalhadora, como a Reforma Tributária e a revisão da Reforma Trabalhista”, afirmou Antonio Neto.
O novo Conselhão
O Conselhão tem a missão de auxiliar o governo na formulação de políticas públicas para o desenvolvimento econômico, social e sustentável, além de analisar e articular propostas com setores da sociedade.
Integrantes de movimentos sociais, do movimento sindical, do setor financeiro, do agronegócio e das fintechs estão entre os representantes do grupo.
Em seu discurso, Lula disse que o grupo representa a “cara da sociedade brasileira” e afirmou considerar uma virtude do “Conselhão” reunir pessoas com pensamentos diferentes e que, deste diálogo, surgirão novas ideias para o país.
“Brasil não mais será país do monólogo, autoritarismo, pensamento imposto à força”, disse.
O colegiado é composto pelo presidente da República, que comanda o órgão, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (foto), pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e por cidadãos brasileiros “de ilibada conduta e reconhecida liderança e representatividade”.
Durante a cerimônia de abertura, o ministro Alexandre Padilha afirmou que o novo Conselhão retorna para “mostrar ao Brasil que o diálogo é possível”.
“Mostrar para o Brasil que não queremos viver dentro do cercadinho, não queremos viver dentro das bolhas”, disse.
O ministro ainda destacou que o grupo atual tem maior representatividade de mulheres, negros e de empresas do agronegócio.
Combate à desigualdade
Durante a reunião, integrantes fizeram discursos sobre temas como combate à desigualdade e medidas para avanço econômico.
A empresária Luiza Trajano convocou os participantes para fazer o “Brasil para já” e disse que o grupo tem a “obrigação” de combater a desigualdade social.
A filósofa Sueli Carneiro frisou a necessidade de se discutir no Conselhão um modelo de desenvolvimento para que o país enfrente o racismo.
O empresário Rubens Ometto reforçou o coro para redução da taxa Selic, que segue em 13,75% ao ano. Também disse que os empresários estão “asfixiados” pelo juro básico da economia.
O líder indígena Kleber Karipuna agradeceu a Lula pela recente homologação de seis terras indígenas. Ele disse ser possível preservar o meio ambiente, garantir as terras dos povos indígenas e aumentar a produção agrícola do país.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, defendeu a aprovação de uma reforma tributária e criticou o patamar da taxa de juros.
“Com a taxa de juros que temos no Brasil, é impossível investir, trabalhar, produzir e ter bens disponíveis a custo adequado para população brasileira.”
Texto: Brasil Independente e CSB, com informações de G1
Fotos: CSB
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