Antonio Neto esclarece fatos sobre contribuição assistencial

Vejo muitos “especialistas” falando sobre a constitucionalidade da Contribuição Assistencial em discussão no STF, distorcendo o que está verdadeiramente em jogo. Vamos aos fatos:

Entenda o contexto da discussão: Com voto de Moraes, STF forma maioria a favor da contribuição assistencial

1) Se tem deliberação em assembleia, NÃO É IMPOSTO! Alguém aqui é consultado se quer pagar imposto de renda, IPVA ou qualquer outro imposto?

2) A contribuição assistencial requer obrigatoriamente uma negociação coletiva. Ou seja, para ela existir, todos receberão benefícios de uma negociação coletiva (reajuste salarial, auxílio-creche, VR e tudo mais que não consta na CLT…).

3) A maioria dos sindicatos do setor privado já possui na Convenção Coletiva a Contribuição Assistencial, ou seja, não muda nada nesses casos.

4) A decisão do STF vem de encontro com a segurança jurídica e a paz negocial.

5) Não existe sindicato independente e forte sem recursos para custear a estrutura, o jurídico, a imprensa da entidade e a atividade sindical.

6) A discussão da Contribuição Negocial não é para a criação de uma nova contribuição, mas da unificação do que já existe em algo que efetivamente custeie a atividade sindical de forma regulamentada em lei, com teto, contrapartidas (por ex. assembleia de prestação de contas), etc.

7) Na anarquia liberal não há sindicatos, não há direitos trabalhistas e muito menos democracia. Asfixiar financeiramente as entidades é a forma de censurar e impossibilitar a luta sindical.

8) Não existe de fato uma legislação contra as práticas antissindicais no Brasil. Patrão demite funcionário que se filia ao sindicato, banca ônibus para trabalhador levar carta de oposição e até ameaça dirigente sindical e NADA, absolutamente NADA, acontece. Então não cabe falar em “liberdade” se os trabalhadores de fato não têm liberdade de se sindicalizar. 

9) No Brasil, a sociedade financia os sindicatos patronais com o Sistema S de forma compulsória e sem oposição, e nenhum desses especialistas aparecem para nem sequer questionar.

Por Antonio Neto, presidente nacional da CSB

Compartilhe:

Leia mais
centrais sindicais no g20 social rio de janeiro
G20 Social: centrais sindicais lançam documento com propostas para redução das desigualdades
Antonio Neto fala sobre Sindplay no Sindimais 2024
Sindplay é destaque de inovação no Sindimais 2024: 'na crise emergem as grandes ideias'
Chapa 1 fenapef
Chapa 1 vence eleição para diretoria da Fenapef com 62% dos votos válidos; veja resultados
STF pauta ações trabalhistas
Servidores públicos podem ser contratados via CLT e outros regimes, valida STF; entenda
reunião juizes de paz bahia csb
CSB-BA apoia regulamentação da profissão de juiz de paz em reunião com governo do estado
pesquisa prioridades profissinais de TI Fenati
Fenati chama profissionais de TI para definir prioridades de atuação dos sindicatos; saiba
juros altos famílias endividadas
Juros altos mantêm famílias endividadas, diz CNC; Copom deve elevar Selic
audiencia ministério do trabalho prevenção acidentes motociclistas
Audiência no MTE discute prevenção de acidentes com motociclistas profissionais
Debate ALMG PL 2238 servidores Ipsemg
Na ALGM, Sindicato dos Servidores do Ipsemg defende valorização da carreira
Luiz Marinho nega mudança seguro-desemprego
"Deveriam estudar legislação", diz Marinho sobre ideias que mudariam seguro-desemprego