Amazon tenta impedir que funcionários criem sindicato nos EUA

Amazon está unindo esforços para impedir um movimento que busca sindicalizar os trabalhadores de um armazém no estado do Alabama, nos Estados Unidos. A maior empresa de varejo do mundo lançou uma campanha antissindical agressiva. Por meio de textos, mensagens e um site, a empresa está encorajando os funcionários a votarem contra o movimento.

No conteúdo, a Amazon afirma que, ao assinar um cartão de autorização do sindicato, os trabalhadores “abrirão mão do seu direito de falar por si mesmos”. A empresa liderado por Jeff Bezos também patrocinou anúncios no Facebook apresentando o site intitulado “Faça sem taxas”, com mensagens como “não deixe o movimento tirar seu dinheiro por nada”.

O armazém BHM1 em Bessemer foi inaugurado em março de 2020. No final do ano, o Sindicato do Atacado e Loja de Departamento afirmou que mais de 2 mil trabalhadores no depósito já haviam assinado os cartões de autorização.

Votação

As cédulas de votação estão programadas para serem enviadas no dia 8 de fevereiro e a contagem de votos será realizada a partir de 30 de março. Advogados da empresa entraram com recurso para adiar a eleição. A Amazon já tentou evitar a sindicalização dentro de seus depósitos diversas vezes e, inclusive, treinou gerentes para detectar atividades de organização entre os funcionários. Se o movimento prosseguir com sucesso, os trabalhadores do armazém formariam o primeiro sindicato em um depósito da empresa.

Motivações

O organizador do Sindicato de Varejo, Atacado e Loja de Departamento, Joshua Brewer, explicou que um dos motivos que incentivou os trabalhadores a começar o movimento foi a falta de comunicação entre os funcionários e os gerentes dentro do armazém. Segundo Brewer, medidas disciplinares são feitas, na maioria das vezes, por um aplicativo, dificultando que ocorra questionamentos ou queixas do ambiente de trabalho.

Una Massey, ex-gerente da área nível cinco da BHM1, também falou sobre a falta de comunicação e os maus tratos dentro do depósito. Massey foi demitida ao fazer várias queixas de assédio e discriminação contra ela e outras gerentes.

Além disso, a empresa também enfrentou críticas por questões de segurança durante a pandemia. Foi desenhada uma logística dentro do depósito em que o trabalhador precisaria ficar a seis pés de distância um do outro. Distanciamento, segundo Massey, impossível de manter enquanto trabalhavam. A Amazon contava com fiscais que anotavam os nomes daqueles que não seguiam os protocolos de distância, mesmo que não houvesse espaço suficiente para todos.

A Amazon não respondeu às acusações de Massey sobre as condições de trabalho. Em relação ao movimento sindical, a porta-voz da empresa, Heather Knox, declarou ao The Guardian por e-mail: “Respeitamos o direito de nossos funcionários de se filiarem ou não a um sindicato, mas não acreditamos que esse grupo represente a maioria das opiniões de nossos funcionários. Nossos colaboradores optam por trabalhar na Amazon porque oferecemos alguns dos melhores empregos disponíveis em todos os lugares que contratamos, e incentivamos qualquer pessoa a comparar nosso salário geral, benefícios e ambiente de trabalho com qualquer outra empresa com empregos semelhantes.”

Fonte: Tecmundo

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