A presidente da Federação dos Municipários do Estado do Rio Grande do Sul (Femergs), Clarice Inês Mainardi, entregou ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, um ofício pedindo mais atenção do governo federal em relação aos direitos dos funcionários públicos, assim como uma cópia da nota de solidariedade da Femergs às vítimas dos estragos causados pelas chuvas no estado.
As cartas foram entregues em Lajeado (RS) no fim de semana, quando Alckmin visitou algumas das cidades mais afetadas pela passagem de um ciclone extratropical. A vice-presidente da Femergs, Rosani Stocker, e a vice-secretária Lisiane Brocardo acompanharam Clarice na conversa com o então presidente em exercício.
A atual diretoria da Femergs tomou posse em julho deste ano com o foco de tirar o servidor municipal da invisibilidade e criar condições de trabalho decentes para um serviço público de qualidade. Porém, o apoio às vítimas da tragédia é o foco da Federação desde o ocorrido.
“Precisamos direcionar nossa energia de luta e de busca das soluções para o Vale do Taquari, temos companheiros sindicalistas atingidos, temos servidores públicos municipais atingidos, e infelizmente temos servidores públicos municipais entre as vítimas fatais”, contou Clarice.
Desde então, a federação fez uma campanha interna com os sindicatos filiados para arrecadar recursos financeiros e mantimentos para as vítimas, além de oferecer apoio às demais campanhas de arrecadação. As dirigentes da Femergs aproveitaram a passagem por Lajeado para entregar parte dos donativos.
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“Falamos ao presidente em exercício que precisamos de ações no âmbito da gestão pública para orientar todos os servidores de como agir em situações de emergência como essa. Lembramos do caso do ciclone que atingiu Sede Nova e Campo Novo há pouco tempo, em que recebemos relatos de servidores em que ficaram em pânico no pouco tempo em que foram atingidos”, disse.
A presidente da Federação ressaltou ainda que momentos como esse deixam ainda mais clara a importância dos servidores públicos para a população, estando muitos deles na linha de frente do auxílio às vítimas.
No ofício entregue a Alckmin, a Femergs pediu a atenção do governo federal para valorizar a categoria garantindo alguns direitos básicos aos quais os trabalhadores da iniciativa privada têm acesso, como a obrigatoriedade de ter o salário mínimo como base da remuneração.
“Nós sabemos que muitos dos servidores que estiveram à frente do atendimento das vítimas, que também terão o árduo trabalho de recuperação das cidades destruídas, não têm o devido reconhecimento salarial e de proteção. Muitos desses trabalhadores têm como salário base valores inferiores ao do salário mínimo”, acrescentou.
“Não tem quem conheça melhor seu município do que o servidor público que fica por décadas exercendo suas funções dentro da administração local. Só este fato já deveria nos garantir vez e voz em todas as instancias da gestão, bem como termos o reconhecimento do nosso valor por parte dos gestores”, argumentou a presidente.
Foto 1: Cadu Gomes/VPR