Uma crise de saúde mental sem precedentes atinge o Brasil e impacta diretamente a vida dos trabalhadores. Levantamento do Ministério da Previdência Social (MPS) mostra que foram quase meio milhão de afastamentos. Em 2024, transtornos mentais alcançaram uma situação incapacitante inédita com 472.328 licenças médicas. Se comparado com o ano anterior, houve um aumento de 68%.
A situação fez o Governo Federal, através do Ministério do Trabalho, atualizar a NR-1, norma regulamentadora que contém as diretrizes sobre saúde no ambiente de trabalho. Com a mudança, empresas passam a ser responsáveis pela saúde mental dos trabalhadores e deverão ser fiscalizadas, podendo receber multas.
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A lista de doenças que motivaram os benefícios por incapacidade temporária (acima de 15 dias) concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem ansiedade no topo, com 141.414 afastamentos, seguida por depressão (113.604), depressão recorrente (52.627) e transtorno bipolar (51.314). Demais doenças como vícios em drogas e reações ao estresse grave somam 75.492 afastamentos. O ‘burnout’ gerou 4 mil licenças, mas especialistas ressaltam que o número baixo é motivado pela dificuldade do diagnóstico.
Os estados com maior número de licenças são São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Porém, ao analisar proporcionalmente o número de afastamentos em relação à população, os maiores índices estão no Distrito Federal, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Mulheres lideram afastamentos
Através do levantamento do INSS é possível traçar o perfil dos trabalhadores que receberam o benefício. 301.348 afastamentos (64%) foram concedidos a mulheres, enquanto 170.980 homens foram afastados. Ambos com idade média de 41 anos e apresentando quadros de ansiedade e depressão.
De acordo com último Censo, as mulheres mantêm financeiramente 49,1% dos lares brasileiros, o que representa 35 milhões de famílias pelo país. E a maioria está na faixa etária a partir de 40 anos, exatamente a mesma idade média dos afastamentos.
Os transtornos mentais são causados por múltiplos fatores, portanto não há uma explicação única para a crise que o Brasil enfrenta. Entre as questões que podem explicar a situação, está o luto e o estresse emocional pós pandemia, a insegurança financeira com a inflação aumentando o custo de vida e o aumento da informalidade, que causa insegurança no trabalhador.
Sindpd oferece palestras gratuitas sobre saúde mental
Preocupado em contribuir para a criação de um ambiente corporativo saudável do ponto de vista de saúde mental para os trabalhadores, o Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo (Sindpd-SP) agora promove palestras gratuitas sobre o tema para empresas interessadas.
As palestras são ministradas por Maria Auxiliadora Camargo Marques, pedagoga, professora universitária, facilitadora e Life Coach Internacional do Método Louise Hay. Além das questões de saúde mental, a pedagoga irá abordar um conceito muito utilizado no ambiente corporativo, as “soft skills”, que nada mais são do que “habilidades subjetivas”, ou seja, relação interpessoal, criatividade, resiliência, pensamento crítico, autoconhecimento, entre outras.
Em um ambiente empresarial onde competitividade e eficiência são cruciais, investir na saúde dos funcionários não é apenas uma escolha ética, mas também estratégica. A saúde dos trabalhadores não deve ser vista apenas como uma preocupação regulatória, mas como um indicador claro do futuro sustentável e produtivo da empresa.
As palestras também poderão ser acompanhadas por profissionais de Recursos Humanos (RH), que poderão se aprimorar nas questões relacionadas à saúde mental dos funcionários. As empresas interessadas devem encaminhar uma solicitação para o e-mail [email protected].
No Sindplay, ferramenta de streaming apelidada pela mídia especializada de “Netflix de TI”, você encontra todas as palestras com acesso gratuito para sócios e contribuintes do Sindpd. (Conheça o Sindplay clicando aqui)
Com informações de G1
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil