Reajuste salarial dos servidores federais – Foi assinado nesta sexta-feira (24) o termo de acordo entre servidores públicos federais e o governo, por meio do Ministério de Gestão e Inovação do Serviço Público, que oficializa o reajuste salarial de 9% e aumento de R$ 200 no vale-alimentação.
Os novos valores entrem em vigor a partir de 1º de maio. Apesar de ficar abaixo dos 13,4% que os servidores pediram, a proposta do governo foi aceita devido aos limites impostos pela lei orçamentária deste ano, que tinha R$ 11,2 bilhões reservados para reajustar os salários dos funcionários do executivo.
“Dentro dos limites que o governo impôs, este foi um valor aceitável, mas sem abrir mão dos 18% [de reajuste] que foram para os servidores do judiciário e do legislativo federal. Continuaremos lutando para que não haja essa diferença no ano que vem”, afirmou Flavio Werneck, diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e vice-presidente da CSB.
O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, reiterou a posição de Werneck e celebrou o fato de que, após 6 anos sem qualquer diálogo com a administração federal, servidores e sindicatos voltaram a ter abertura para apresentar suas demandas.
“Esperamos que nos próximos orçamentos o governo garanta espaço para uma recomposição plena da defasagem produzida pelos últimos governos. Parabenizo o movimento sindical, a ministra Esther Dweck e secretário-executivo, Sérgio Mendonça pelo acordo celebrado”, disse.
Não por coincidência, os anos que o governo federal passou sem receber sindicatos e lideranças trabalhistas foram os mesmos que diversas categorias passaram com seus salários congelados, como os servidores da Seguridade Social e da Anvisa.
Neto lembrou que ainda há lutas antigas e essenciais para se continuar travando em prol dos servidores.
“A CSB segue na luta pelo arquivamento da PEC32 e pela aplicação da Convenção 151, garantindo o direito à negociação coletiva e data-base para todos os servidores. Servidores não são marajás, eles merecem respeito e todo o nosso apoio”, afirmou!
Mais demandas
As entidades solicitaram também a instalação imediata das mesas setoriais como condição para aceitar o acordo.
“Essas mesas são importantíssimas para que o governo receba quais são as necessidades de cada setor do executivo federal e possa trabalhar os pontos convergentes para já dar início às negociações para o ano que vem”, explicou Werneck.
O diretor da Fenapef contou ainda que foi feito um pedido mais amplo ao governo para que seja feito um trabalho de combate ao preconceito que existe com as carreiras do executivo federal.
“O que acontece hoje é, por exemplo, o auxílio alimentação do judiciário e do legislativo é muito superior ao valor oferecido pelo executivo [para seus servidores], e isso não faz o menor sentido, porque o preço do alimento é o mesmo para todos. Sem contar o auxílio creche e outros benefícios e indenizações que são bem menores no executivo”, argumentou.
Flavio Werneck e Sergio Mendonça