Em ação civil pública, CSB pede a suspensão das demissões na Estácio

Central protocolou petição nesta quarta-feira (06) e requer a imediata reintegração dos professores dispensados

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) protocolou na tarde desta quarta-feira (06) ação civil pública contra a Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá Ltda pela demissão de 1,2 mil professores anunciada pelo grupo na última terça (05). Ainda na quarta, a CSB emitiu nota de repúdio à decisão da Estácio e comunicou a decisão de ajuizar uma ação.

Na petição, que será julgada pela 13ª Vara do Trabalho de Brasília – DF, a Central pede “a imediata decretação da nulidade das dispensas já realizadas e consequente determinação de reintegração imediata de todos os trabalhadores demitidos”. A CSB requer ainda a mediação da questão com os sindicatos da categoria e o Ministério Público do Trabalho.

Um dos argumentos da entidade para contestar as demissões está na defesa de que é fundamental que “o Poder Judiciário reconheça o prejuízo aos trabalhadores e que a ESTÁCIO DE SÁ deixe de promover a demissão em massa sem negociação prévia, para, confessadamente, precarizar os contratos de trabalho através da jornada intermitente em relação aos professores, categoria diferenciada”.

Entre outras justificativas, a empresa alega que “os professores ganhavam uma remuneração acima do mercado” e que “a reorganização tem como objetivo manter a sustentabilidade da instituição”. Na análise da Central, ao realizar demissão em massa, o grupo educacional, na verdade, cumpre o papel proposto pela reforma trabalhista: precarizar as relações de trabalho e diminuir direitos.

Arbitrariedade

A CSB ressalta, na ação civil pública, que a empresa não estabeleceu negociação prévia com nenhuma entidade de representação dos professores para a dispensa coletiva. Diante disso, por representar entidades da categoria em todo o Brasil, a Central e seus filiados “possuem legitimação para o ingresso e defesa dos seus representados, tratando de interesses de pessoas indeterminadas, ainda que se trate de categoria profissional especifica”.

Na nota divulgada na quarta, a CSB já havia enfatizado que a decisão da Estácio desrespeita o Direito Coletivo e os princípios constitucionais. Na ação, a Entidade ressalta também que as demissões ferem “a ordem supralegal inserida por meio das Convenções da OIT, como resta estampado no Enunciado 57 produzido pela Anamatra [Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho]”, que trata da dispensa coletiva.

A falta de diálogo com o movimento sindical é criticada pela Central como sendo mais um dos efeitos da reforma trabalhista. “(…) A ré absorveu a parte que lhe interessa para precarizar os contatos dos professores, mas não se fez de rogada ao afastar a Constituição Federal e as normas da Organização Internacional do Trabalho”.

Clique aqui para ler a íntegra da ação civil pública ajuizada pela CSB

Compartilhe:

Leia mais
4 encontro sindical fespume-es
Federação dos Servidores Municipais do ES (Fespume-ES) realiza 4º Encontro Sindical
aumento emprego entre mulheres
Número de mulheres com carteira assinada aumenta 45% em um ano
nota centrais sindicais contra plano golpista
Nota das centrais sindicais: "União contra o golpismo e pela democracia"
Antonio Neto Sindis
Antonio Neto: Sindicatos devem aproveitar tecnologias e se adaptar para sobreviver
empresa obriga mãe voltar ao trabalho recém-nascido
Empresa é condenada por obrigar mãe a voltar ao trabalho uma semana após dar à luz
semana 4 dias de trabalho aumento produtividade
Empresa aumenta em 20% a produtividade ao adotar semana de 4 dias; Brasil testou modelo
Antonio Neto 3 congresso cspm
3º Congresso da CSPM: Antonio Neto fala sobre necessidade de adaptação dos sindicatos
escala 6x1 prejudica saúde mental
Escala 6x1 prejudica saúde mental e produtividade dos trabalhadores, diz especialista
ministra esther dweck defende estabilidade do servidor público
Estabilidade do servidor é pilar de defesa do Estado, diz Esther Dweck em resposta à Folha
CSB no G20 Social
CSB defende fim da escala 6x1 e proteção aos direitos dos trabalhadores no G20 Social