Trabalhadores recebem seus salários atrasados desde o ano passado
Para protestar contra os atrasos dos pagamentos salariais que ocorrem desde o ano passado, 600 servidores públicos de Carmo do Rio Claro (MG), cidade a 363 km da capital Belo Horizonte, entraram em greve por tempo indeterminado, às 10h30, nesta quinta-feira (21). A decisão pelo ato foi tomada durante assembleia pública, na última sexta-feira (15), e tem o apoio da CSB.
Segundo o presidente da Federação Única Democrática de Sindicatos das Prefeituras, Câmaras Municipais, Empresas Públicas e Autarquias de Minas Gerais (FESERP/MG), Cosme Nogueira, nenhum trabalhador do quadro de funcionários da Prefeitura do município recebeu o salário referente ao mês de dezembro, programado para cair no dia 8 de janeiro de 2016. Além dos atrasos, o sindicalista ainda critica a forma como se dão a quitação dos pagamentos após semanas de adiamento sofridas pelos servidores.
“Já há algum tempo que o pagamento é feito de modo escalonado. O 13º salário foi pago com atraso e escalonado e para se ter uma ideia, há trabalhadores que até hoje não receberam o benefício. Outubro e novembro também foram pagos com atrasos, dezembro ainda não foi pago. É uma coisa que não é uniforme”, enfatiza Nogueira.
Motivada pela falta de posicionamento do Município, uma passeata dos servidores públicos percorreu as ruas da cidade depois de se concentrarem em frente ao Almoxarifado da Administração Municipal. Organizada pela FESERP/MG e pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Carmo do Rio Claro (SINDISCARMO), a manifestação teve como destino a porta da Prefeitura da cidade, onde os manifestantes cobraram da prefeita Maria Aparecida Vilela (PR) um encontro para resolver o impasse.
De acordo com o presidente do SINDISCARMO, José Vicente da Silva, “há um prazo para que a administração municipal evite [a continuidade] da greve”. “Basta que reinicie as negociações e, mais importante, atenda às justas reivindicações dos funcionários”, afirma Vicente. Cosme Nogueira reitera o sindicalista ao declarar que apenas dialogar não assegura o trabalhador.
“Diálogo não enche barriga. Nós queremos pagamentos de salários. A gente quer soluções definitivas para esta situação”, declarou o presidente da Federação. Ainda segundo a FESERP/MG, os trabalhadores também ensaiam uma reivindicação salarial que representa um ganho real de 10%.
Apoio
Durante o protesto, além do suporte da CSB, a pauta dos servidores recebeu o apoio da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), do presidente da Câmara de Vereadores de Carmo do Rio Claro, Wilber Pitol Moura (PPS), e de mais três vereadores da cidade.
Cosme Nogueira aproveitou a oportunidade para destacar a relevância do trabalho da CSB à categoria. “Mais uma vez a CSB está aqui com a Federação, provando que somos uma Central e uma Federação de luta. Essa é a concepção de sindicalismo: estar na rua junto dos trabalhadores, estar junto à base, acompanhando o dia a dia do sindicato. E a CSB é uma central de consciência coletiva, que realmente fortalece as lutas da nossa base. Por isso, ela é uma Entidade que está se consolidando como uma das mais importantes centrais sindicais e é a que mais cresce no Brasil”, disse o dirigente.
Hoje (22), os trabalhadores voltam a se reunir em frente ao Almoxarifado da Prefeitura, a partir das 7h30.