Central dos Sindicatos Brasileiros

300 agentes penitenciários protestam em frente ao presídio da Papuda no DF

300 agentes penitenciários protestam em frente ao presídio da Papuda no DF

Servidores reivindicam quitação do reajuste salarial e autonomia administrativa e financeira à categoria

Para reivindicar o pagamento da última parcela do reajuste salarial sancionado por lei em 2013, cerca de 300 agentes penitenciários do Distrito Federal reuniram-se, nesta terça-feira (25), próximos ao Complexo Penitenciário da Papuda, em manifestação contra a falta de posicionamento do governo do estado. Os trabalhadores, que estão em greve desde a semana passada, protestaram por quase quatro horas e afirmam manter a paralisação até que haja uma abertura de diálogo junto ao poder público.

Na liderança da mobilização, Leandro Allan, presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal (SINDPEN/DF) e vice-presidente da CSB, assegura que “enquanto o governo não cumprir com a legislação e não apresentar uma proposta à categoria, o movimento grevista seguirá por tempo indeterminado”.

586c0f9c-6100-4fc3-9cda-c02c91343941“O governo passado concedeu o aumento do salário dos servidores, dividido em três parcelas, em 2013. Porém, a parcela que era para ser paga em setembro de 2015 e, após negociação com o governo, em setembro deste ano, até o momento não foi quitada. Então, essa greve tem como objetivo cobrar esta última parcela e reivindicar outras necessidades urgentes da categoria”, conta o dirigente.

Ainda de acordo com Allan, os agentes têm como bandeiras de luta a composição de uma comissão de processo judicial por servidores da classe, a celeridade na contratação dos aprovados em concurso público e a criação de um departamento penitenciário com autonomia administrativa e financeira.

“Reivindicamos uma comissão judicial composta por agentes porque, hoje, quem julga a nossa categoria é outra carreira. E o que estamos pedindo é para acabar com essa injustiça ao sermos julgados pelos nossos pares. Além disso, a existência de um departamento penitenciário irá melhorar a gestão do sistema penitenciário, inclusive facilitará a implantação de políticas públicas que façam com que o setor venha produzir renda ao estado e não oneração aos cofres públicos”, explica o presidente do SINDPEN/DF.

Segundo Leandro Allan, a independência administrativa do sistema penitenciário poderia colaborar para que, em vez de a população pagar pela manutenção do preso, “o preso custeie sua estada em uma unidade prisional”.

Até o fechamento da matéria, nenhum representante do governo estadual deu um parecer a respeito das reivindicações, mas a categoria acredita que pode haver uma negociação entre trabalhadores e estado nos próximos dias.