27 de Julho: Dia do Motociclista

CSB parabeniza categoria que luta pela formalização dos trabalhadores

No dia 27 de julho mais de 2 milhões de trabalhadores comemoram o Dia do Motociclista. Fazem parte da categoria os trabalhadores que utilizam as motocicletas como instrumento de trabalho: motoboys, mototaxistas e motofretistas.  Segundo a Associação dos Fabricantes de Moto (Abraciclo), o País tem 20 milhões de brasileiros habilitados a pilotar uma moto.

Desde 2009 a profissão de motoboy/motofretista é regulamentada pela Lei 12.009. A regra obriga os profissionais a cumprirem uma série de medidas, como a utilização de equipamentos individuais de proteção, curso de especialização, placa na categoria de aluguel (vermelha) e equipamentos de segurança no veículo –  “corta-pipa” e “mata-cachorro”.

Para o secretário nacional dos trabalhadores em motofretes, motoboys e mototaxistas da CSB e presidente do Sindicato dos Mototaxistas e Motoboys do Estado de Alagoas (SIMMEAL), Ed Wilson Sampaio dos Santos, apesar da importância da lei, ainda existem muitas lutas a serem vencidas. “Por exemplo, a  Lei 12.009/2009 regulamenta a profissão, mas ao mesmo tempo não regulamenta, pois ela deixa a cargo dos municípios a regulamentação. Precisa haver uma alteração na Lei, que torne nacional o reconhecimento da categoria”, afirma Sampaio.

Uma das maiores conquistas recentes da categoria foi a sanção da Lei 12.997/14, que dispõe sobre o adicional de periculosidade para motocicletas. Com a nova regra, motoboys, mototaxistas e motofretistas têm direito ao adicional de 30% sobre o salário por periculosidade. A lei beneficia os profissionais que estejam com a carteira de trabalho assinada.

De acordo com Ed Sampaio uma das lutas do SIMMEAL é conseguir que mais profissionais saiam da informalidade. “As empresas precisam cumprir e respeitar os direitos trabalhistas dos motociclistas. Existe a lei que regulamenta a profissão, e agora temos a lei que garante o adicional de periculosidade. Nós temos de fazer valer essas medidas”, explica.

Realidade

Compõem as reivindicações da categoria a criação de cursos de capacitação para os motociclistas, linha de crédito e subsídio dos juros para a compra de motos novas, e o desenvolvimento de uma campanha nacional de educação no trânsito para os mototaxistas. “A moto é o instrumento de trabalho da nossa categoria. Se ela não for nova ou não tiver uma boa revisão, a renda do trabalhador fica comprometida. Queremos ter condições que proporcionem melhor qualidade de trabalho e vida. O financiamento especial para a categoria seria uma das grandes conquistas para os motoboys do Brasil ”, diz o presidente do SIMMEAL .

De acordo com Pedro da Silva Mourão, presidente da Federação Interestadual das Regiões Norte e Nordeste de Mototáxi, Motoboy, Motofretes e Taxistas (Fenordest), a categoria precisa estar unida. “Muitos trabalhadores não se filiam aos sindicatos ou até mesmo criticam as ações das entidades, mas sem união não é possível avançar nas nossas lutas. Precisamos nos organizar, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, porque são as regiões mais pobres do País. Na maioria dos municípios dessas regiões não há transporte público e, por isso, os mototáxis desempenham essa função. Outra luta é organizar federações nos estados para que seja formada uma confederação”, destaca Mourão.

O presidente da Fenordest também destacou a importância de criar corredores exclusivos para os motociclistas em todo o Brasil. “O governo precisa criar uma lei federal que incentive a criação dos corredores exclusivos para os motociclistas em todos os municípios do Brasil. Essa medida irá garantir maior segurança à vida do trabalhador. Além disso, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) precisa criar um modelo de mototaxímetro para que as tarifas cobradas pelos mototaxistas sejam normatizadas”, alerta.

Segundo o presidente do Sindicato dos Mototaxistas de Fortaleza (SindMoto Fortaleza), Walterclar Vieira, os municípios precisam oferecer cursos profissionalizantes voltados para a capacitação dos motoboys. “Isso ajudará os mototaxistas no aprimoramento profissional. Nós, motociclistas, também queremos uma linha de crédito da Caixa [Econômica Federal] para aquisição de motocicletas com até 150 cilindradas, com taxa máxima de juros de 3% ao ano. Também precisa haver a agilização das perícias de acidentados de trânsito realizadas pelo Instituto Médico Legal (IML)”, argumenta Vieira.

“Nós contamos com o apoio  da CSB para o combate à informalidade no setor de motofrete e para a realização de campanhas para a prevenção de acidentes. Assim como aconteceu com cortadores de cana e na extração de carvão, a atuação da Central e dos sindicatos é fundamental para mudar as estatísticas da informalidade e os altos índices de acidentes com motoboys em todo o País”, afirma o dirigente do SindMoto Fortaleza.

Compartilhe:

Leia mais
desemprego entre jovens
Taxa de desemprego entre jovens é o dobro do grupo acima dos 30, aponta FGV
vr va mudanças regras
VA e VR podem passar por mudanças nos próximos 30 dias, diz Ministério da Fazenda
escala 6x1 prejudica saúde mental
Redução da jornada de trabalho tem apoio de 65% dos brasileiros, aponta pesquisa
isenção conta de luz
Governo quer isentar conta de luz para até 60 milhões de pessoas, diz Alexandre Silveira
sorteio carros 1o de maio centrais sindicais
Centrais preparam 1º de maio unificado com shows gratuitos e sorteio de 10 carros; participe!
greve geral argentina cgt
Centrais sindicais argentinas convocam greve geral contra políticas de Javier Milei
havan condenada assédio eleitoral
Justiça do Trabalho condena Havan por assédio eleitoral contra ex-funcionária
taxa de juros para famílias cresce
Taxa de juros para famílias cresce e alcança maior nível desde agosto 2023
debate dieese cop 30 paulo de oliveira
Agenda ambiental não pode ignorar justiça social, defende CSB em debate pré COP 30
13o aposentados inss consulta
Consulta do valor do 13º para aposentados e pensionistas do INSS começa em maio