CSB parabeniza a categoria e reafirma o compromisso da luta pela melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras
Cerca de 1,5 milhão de trabalhadoras e trabalhadores celebram, nesta quinta-feira (25), o Dia da Costureira. Atualmente, de acordo com levantamento mais recente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), o setor chega a movimentar 45,4 bilhões de dólares a cada doze meses – o que torna a área uma das principais alavancas da indústria nacional.
Trata-se de uma das profissões mais antigas da humanidade. “Começou no século XII, período em que as costureiras só podiam fazer consertos e ajustes. Em 1675, as costureiras adquiriram legitimidade, reconhecimento e participação no mercado da costura”, explicou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecção de Roupas em Geral de Barueri e Região (S.T.I. Vestuário de Barueri e Região), Marilene Guedes.
Em 1675, o imperador francês Luís XIV permitiu que as costureiras participassem do mercado da costura de roupas por encomenda. Só em 1943 foi criado sindicato que regulamentou a alta costura como área de trabalho diferenciada.
De lá para cá, a profissão evoluiu e tornou-se a principal fonte de renda de trabalhadores, em maioria mulheres, chefes de família. “É o primeiro emprego para a mulher na área industrial. Por isso tem uma importância social enorme ao integrar a mulher no mercado de trabalho e na elevação do padrão de vida dela e sua família”, afirmou a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecção e de Vestuário de Guarulhos (Sindvestuario), Marcia Regina Alves.
Estrangulamento do setor
Conforme o último relatório de importações da Fundação Getúlio Vargas (FGV), das 9 bilhões de peças de vestuário consumidas no Brasil, 15% são de origem estrangeira, o que equivale a aproximadamente 1,5 bilhão de roupas.
De acordo com o presidente do Sindvestuário de Guarulhos e secretário-geral da CSB, Alvaro Egea, “desde o Governo Collor, há um esvaziamento da indústria brasileira com a abertura indiscriminada para a importação de roupas e calçados fabricados na Ásia”, disse.
Na avaliação do dirigente, o quadro causa grande estrangulamento no setor. “A produção de roupas sofre com a ação do cartel dos grandes magazines, que importam 70% de suas roupas de países que utilizam mão de obra barata e semiescrava. Esses magazines pagam cada vez menos por peça aos pequenos e médios fabricantes de roupas, dificultando a melhoria da condição de vida e trabalho das costureiras”, contextualizou.
Bandeiras de luta
Para Marilene Guedes, a categoria tem diversas bandeiras de luta, como eliminação de assédio moral, melhores salários, melhores condições de trabalho e manutenção dos direitos conquistados.
Marcia Alves cita também que os sindicatos lutam pelo amplo registro em carteira de trabalho. “Muitas empresas demitem todos seus empregados sem pagar os direitos”, alertou.
Entre as grandes conquistas estão o auxílio-creche, a aposentadoria e licença-maternidade. A jornada de 40 horas ainda é uma demanda a ser atendida.
Celebração
A CSB parabeniza a categoria e reafirma o compromisso da luta contínua pela melhoria da qualidade de vida das trabalhadoras e trabalhadores.
Veja abaixo as mensagens das dirigentes:
“O trabalho das costureiras é um atributo da mulher virtuosa. Deus abençoe todas as costureiras e costureiros”, afirmou Marilene Guedes.
“Não percam a esperança, lutem sempre por seus direitos”, declarou Marcia Regina Alves.