Centrais discutem proteção aos trabalhadores da indústria em reunião com Geraldo Alckmin

Dirigentes das centrais sindicais reuniram-se com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta terça-feira (15) em Brasília para discutir a importância de contrapartidas que garantam o desenvolvimento e a proteção aos trabalhadores dentro do programa Nova Indústria Brasil.

Representaram a CSB no encontro os vice-presidentes da central Flávio Werneck e Aires Ribeiro, e o assessor Ernesto Pereira. Além de tratar sobre o programa de incentivo à indústria, os sindicalistas demonstraram preocupação ao ministro sobre o impacto na indústria nacional que acordo comercial entre Mercosul e União Europeia pode trazer.

Eles ressaltaram que é preciso garantir que o acordo não leve o país no sentido contrário dos objetivos do programa Nova Indústria Brasil e que não haja perda de empregos na indústria, e sim a criação de mais postos no setor que gera os empregos de maior qualidade e é essencial para o mercado de trabalho formal e, consequentemente, para o equilíbrio da previdência no país.

Alckmin contou que o acordo ainda está em negociação e muitos dos termos previstos inicialmente estão sendo rediscutidos, e afirmou que o movimento sindical será chamado novamente para discutir o acordo conforme a negociação avance.

Os dirigentes também convidaram o ministro para participar de um evento da IndustriALL-Brasil que vai promover um debate sobre os desafios da Nova Indústria Brasil para a classe trabalhadora. A IndustriALL é uma entidade que reúne sindicatos dos trabalhadores das indústrias de 140 países, com mais de 50 milhões de trabalhadores em suas bases.

Geraldo Alckmin e Flavio Werneck (CSB)

Sobre o Nova Indústria Brasil

Lançado no início de 2024, o Nova Indústria Brasil usa instrumentos tradicionais de políticas públicas, como subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos federais, além de incentivos tributários e fundos especiais para estimular alguns setores da economia.

A nova política tem seis missões (veja detalhes abaixo) relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro. Entre os setores que receberão atenção, estão a agroindústria, a saúde, a infraestrutura urbana, a tecnologia da informação, a bioeconomia e a defesa.

A maior parte dos recursos, R$ 300 bilhões, virá de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Os financiamentos do BNDES relacionados à inovação e digitalização serão corrigidos pela Taxa Referencial (TR), que é mais baixa que a Taxa de Longo Prazo (TLP).

Missões para o período de 2024 a 2033:

1. Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais

–    aumentar para 50% participação da agroindústria no PIB agropecuário;

–    alcançar 70% de mecanização na agricultura familiar;

–    fornecer pelo menos 95% de máquinas e equipamentos nacionais para agricultura familiar.

2. Forte complexo econômico e industrial da saúde

–    atingir 70% das necessidades nacionais na produção de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde.

3. Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis

–    diminuir em 20% o tempo de deslocamento de casa para trabalho;

–    aumentar em 25 pontos percentuais adensamento produtivo (diminuição da dependência de produtos importados) na cadeia de transporte público sustentável.

4. Transformação digital da indústria

–    digitalizar 90% das indústrias brasileiras;

–    triplicar participação da produção nacional no segmento de novas tecnologias.

5. Bioeconomia, descarbonização, e transição e segurança energéticas

–    cortar em 30% emissão de gás carbônico por valor adicionado do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria;

–    elevar em 50% participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes;

–    aumentar uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano.

6. Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais

–    autonomia de 50% da produção de tecnologias críticas para a defesa.

Com informações de Agência Brasil

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