Auditores-fiscais do Trabalho fazem ato em memória das vítimas da chacina de Unaí

Auditores-fiscais do Trabalho e dirigentes do Sinait – sindicato da categoria – promoveram um ato em memória às vítimas da Chacina de Unaí, que completou 21 anos nesta terça-feira (28). A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e lideranças sindicais do serviço público compareceram ao ato realizado em frente ao MTE, em Brasília.

A Chacina de Unaí vitimou os auditores-fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira. Os servidores foram assassinados no exercício de suas funções durante uma fiscalização de rotina na zona rural de Unaí em 28 de janeiro de 2004.

A tragédia marcou a história do Sinait, de todos os auditores-fiscais do Trabalho e representou um golpe contra o Estado brasileiro. No ato desta terça, os auditores e lideranças sindicais ressaltaram que seguirão vigilantes para que todos os condenados cumpram suas penas.

O último condenado, Norberto Mânica, foi preso em 15 de janeiro deste ano em Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, “encerrando um longo ciclo de impunidade”, afirmou o Sinait.

Relembre o caso

O crime que ficou conhecido como Chacina de Unaí ocorreu em 28 de janeiro de 2004. Foram vítimas de emboscada na região rural de Unaí (MG) os Auditores-Fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira. A fiscalização foi considerada pela Delegacia Regional do Trabalho de Minas Gerais (hoje Superintendência) uma operação de rotina, embora houvesse muitas denúncias de exploração de trabalhadores na região.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal finalizaram as investigações em julho daquele ano indiciando nove pessoas envolvidas como mandantes, intermediários e executores, incluindo o prefeito de Unaí, Antério Mânica.

A 9ª Vara Federal em BH publicou a Sentença de Pronúncia em dezembro de 2004, indicando que oito dos nove acusados deveriam ir a Júri Popular. A exceção foi Antério Mânica, que tinha direito a julgamento em foro especial. Seu processo correu no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Seu segundo mandato terminou no dia 1º de janeiro de 2013, e ele perdeu o foro especial.

Os julgamentos de Norberto Mânica, José Alberto de Castro, Antério Mânica e Hugo Alves Pimenta foram realizados entre outubro e novembro de 2015. Todos foram condenados por serem intermediários na contratação dos pistoleiros e mandantes da Chacina de Unaí.

Com informações de Sinait

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