Neste Dia do Trabalhador, o movimento sindical em todo o Brasil se reuniu para celebrar aqueles e aquelas que constroem e sustentam o país, mas principalmente para chamar a atenção para as pautas urgentes para os trabalhadores: redução de jornada, fim da escala 6×1, isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, igualdade e dignidade no trabalho.
Em São Paulo, as principais centrais sindicais organizaram um ato unificado na Praça Campo de Bagatelle, Zona Norte da cidade, que contou com a presença de lideranças sindicais e ministros de Estado. Participaram os ministros Luiz Marinho (Trabalho), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República) e Cida Gonçalves (Mulheres).
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O secretário-geral da CSB, Álvaro Egea, foi o primeiro a falar em nome da central. Mencionando a presença de Marinho e Cida Gonçalves, ele destacou a necessidade de fazer com que a lei da igualdade salarial entre homens e mulheres seja efetivamente aplicada.

“Em 2023, o presidente Lula sancionou a lei da igualdade salarial entre mulheres e homens, mas nós temos um longo caminho para conquistar essa igualdade na prática e na gestão das empresas”, disse.
Enver Padovezzi, secretário nacional da Juventude da CSB, aproveitou a oportunidade para chamar os jovens a participarem do movimento sindical para defender os direitos já conquistados no passado e avançar em novas pautas para o futuro, como a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1.

“O fim da escala 6×1 representa para a gente não só uma diminuição de jornada, mas mais qualidade de vida, para o trabalhador poder conviver com sua família, ter lazer e descanso”, afirmou.
O presidente da CSB, Antonio Neto, fechou os discursos em nome da central lembrando que as pautas defendidas ali interessam a todos os trabalhadores, especialmente diante de alas no Congresso que se colocam contra projetos que beneficiam a classe trabalhadora.

“Lá em 2022, quando nós fechamos a porta do inferno, infelizmente sobrou muita alma penada que está prejudicando os trabalhadores, como fazem esses deputados da direita que são contra o fim da escala 6×1, que são contra isentar de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Por isso, é importante a unidade dos companheiros das centrais, para que juntos, organizados, nós possamos enfrentar quem oprime a classe trabalhadora”, falou.
Ministros apoiam pautas
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, expressaram o apoio do governo às pautas apresentadas pelas centrais sindicais e consideram que há um alinhamento de prioridades. No entanto, ambos ressaltaram que é preciso convencer parlamentares e outros setores da sociedade para que projetos como fim da escala 6×1 e isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil – que já foram protocolados no Congresso – sejam aprovados.
“É preciso de uma construção, de várias mãos, que passa pelo diálogo com o empresariado, que passa especialmente pelo comércio e serviço. E passa, especialmente, pelo diálogo político com o Congresso Nacional”, disse Marinho, que acrescentou que o Congresso deve avaliar que a medida beneficiará a economia e o ambiente de trabalho. “É assim que temos que olhar. Não é uma coisa ‘A’ contra ‘B’, é preciso olhar o interesse do país.”

Já Macêdo, disse ver chances reais de as pautas do fim da escala 6×1 e a isenção do imposto de renda de até R$ 5 mil passarem pelo Congresso. Segundo ele, a redução da jornada de trabalho é uma medida “civilizatória”.
“A escala 6×1 é um crime contra o trabalhador, é cruel contra a classe trabalhadora. Nós todos não precisamos só de trabalho digno e salário justo. É necessário ter tempo para viver, ter tempo para estar com a família, ter tempo para fazer o que gosta”, defendeu.
Sobre a isenção até R$ 5 mil, Macêdo disse que a pauta “caiu no imaginário coletivo muito positivamente. A isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil significa dizer: quem ganha menos não paga imposto e quem ganha mais paga o imposto justo”.
Pauta das centrais
As centrais sindicais entregaram a Lula na última terça-feira (29) a Pauta da Classe Trabalhadora (acesse aqui), que lista os temas que são considerados prioritários pelo movimento sindical para garantir mais direitos e dignidade aos trabalhadores.
Dentre os pontos destacados, estão a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1, a retomada da Política de Valorização do Salário Mínimo sem as limitações do arcabouço fiscal, o empenho pela aprovação do projeto que isenta de Imposto de Renda salários até R$ 5 mil, a isenção de IR sobre a Participação nos Lucros e Resultados e a valorização dos servidores públicos com a regulamentação da Convenção 151 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
