Na manhã desta terça-feira (21), o presidente nacional da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, participou de uma reunião entre representantes dos trabalhadores e dos governos do Brasil e dos Estados Unidos. A conversa é um desdobramento do protoloco Lula-Biden assinado no ano passado durante agenda do presidente brasileiro com o presidente Joe Biden.
Relacionada: Lula e Biden colocam trabalhadores e sindicatos no centro do debate mundial
O encontro virtual debateu estresse por calor, transição justa e discriminação no local de trabalho. Representantes do movimento sindical brasileiro e americano trocaram experiências e avaliações sobre os impactos da emergência climática na saúde dos trabalhadores.
Antonio Neto lembrou que o Brasil já possui normas e regulamentações sobre o estresse por calor e lembrou de recente pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que afirma que 38 milhões de brasileiros já são atingidos pelo problema.
“É um tema importante e que atinge os trabalhadores mais vulneráveis. São justamente os trabalhadores rurais, da construção civil, de telecomunicações, do comércio de rua os que mais sofrem com os impactos. Precisamos pensar em medidas como redução da jornada de trabalho para minimizar os efeitos e proteger a saúde daqueles que são mais expostos”, avaliou o presidente da CSB.
Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado em março deste ano demonstrou que o estresse por calor vai reduzir em 2,2% as horas de trabalho no mundo até 2030, número equivalente ao rendimento de cerca de 80 milhões de trabalhadores em tempo integral. No setor agrícola, a OIT estima que 60% das horas trabalhadas serão perdidas devido ao estresse por calor até 2030.
Leia mais: OIT: mundo perderá produtividade de 80 milhões de trabalhadores devido a calor extremo
A Secretária Adjunta do Departamento de Relações Internacionais do Departamento de Trabalho Americano, Thea Lee, e Daniel Bitencourt, do Instituto Jorge Duprat também debateram o tema.