Antonio Neto destaca soberania e defesa do emprego em debate no Sindimais 2025

O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e do Sindpd-SP, Antonio Neto, participou na última quinta-feira (16), em São Paulo, do Sindimais 2025, evento que reuniu lideranças sindicais, empresariais e especialistas para discutir os rumos do trabalho diante das transformações econômicas e geopolíticas globais.

Em sua apresentação, no painel “Competitividade e Emprego: a disputa geopolítica entre Brasil e Estados Unidos”, Neto analisou os efeitos das sobretaxas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras – o chamado tarifaço – e defendeu uma resposta pautada pelo pragmatismo e pela soberania nacional, com foco na proteção ao emprego e no fortalecimento da indústria nacional.

“Não se trata apenas de comércio exterior, mas de soberania. O Brasil precisa reagir com firmeza, defendendo o trabalho e a produção nacional sem se isolar do mundo e fazer o jogo do Trump”, afirmou.

Impactos econômicos e resposta do Brasil

Durante sua exposição, o dirigente apresentou dados que demonstram a resiliência da economia brasileira frente às medidas norte-americanas. Mesmo com a queda das exportações para os Estados Unidos – de 18,5% em agosto e 20,3% em setembro – o país bateu recordes de exportação no período, alcançando superávits de US$ 6,1 bilhões e US$ 30,5 bilhões, respectivamente.

Segundo Neto, as ações do governo federal, como a Medida Provisória 1.309/2025 (“Brasil Soberano”), foram fundamentais para amortecer os impactos sobre o emprego e estimular a produção interna, com ampliação de crédito, prazos tributários e compras públicas vinculadas à manutenção de postos de trabalho.

“Essas medidas mostram que o Estado pode e deve agir para proteger empregos e garantir que o país não seja refém das disputas externas”, destacou.

Neto também apresentou as propostas das centrais sindicais para enfrentar os desafios impostos pela nova ordem econômica internacional. Entre elas, o Plano Nacional de Proteção ao Emprego Qualificado, a criação de câmaras setoriais tripartites e um programa de transição ecológica justa, com requalificação profissional e critérios socioambientais no crédito público.

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O painel contou ainda com a participação de Ricardo Martins, vice-presidente administrativo da Hyundai Motor das Américas Central e do Sul; André Luis dos Santos, analista político do Diap e sócio-diretor da Contatos Assessoria Política; e com a mediação de Sérgio Luiz Leite, o Serginho, vice-presidente da Força Sindical.

Os debatedores analisaram tendências globais, riscos e oportunidades para o trabalho e a indústria brasileira, ressaltando a importância do diálogo entre governo, empresas e trabalhadores para garantir um crescimento sustentável e inclusivo.

Ao encerrar sua fala, Antonio Neto citou Getúlio Vargas, reforçando que a independência econômica do Brasil é um processo permanente:

“Cada geração tem a missão de vencer mais uma fase desse processo. A nossa é garantir que o trabalho brasileiro não seja vítima das guerras comerciais nem da submissão externa.”

Também marcaram presença representando a CSB o secretário-geral, Álvaro Egea, o secretário nacional de Mobilização, Paulo de Oliveira (Seaac Presidente Prudente), Hildo Braga (Sinditáxi Rio de Janeiro), Rodrigo Alves (SINTRAMMSP), Loide Belchior (Sindpd-SP) e Leocir Faccio (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorriso).

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