Seminário da CSB debate o “Direito de Lutar” com Almir Suruí e Leo Lupi

A mesa, mais uma das rodadas de debates sobre ‘Democracia, Constituição e os Direitos Humanos’ organizada pela Central dos Sindicatos Brasileiros, deu sequência aos seminários preparatórios ao III Congresso da CSB e foi composta por Leo Lupi, jornalista, pesquisador do Núcleo GIS, Relações Internacionais – UFRJ, militante do PDT Diversidade e diretor da fundação Leonal Brizola-Alberto Pasqualini do Rio de Janeiro e Almir Surui, líder indígena brasileiro.

Abrindo as conversas, perguntado por Paulo Oliveira, apresentador da mesa, Leo Lupi indentificou as maiores ameaças aos movimentos sociais no Brasil contemporâneo. Segundo Leo, o atual governo Bolsonaro representa hoje a maior ameaça a nossa constituição, nossa democracia, aos direitos humanos e direitos trabalhistas. Disse também que embora nossas instituições precisem de aperfeiçoamento, somente através de uma construção democrática as minorias conseguirão maior representação política.

Ainda segundo ele, de todos os governos que nosso país já experimentou, o de Bolsonaro representa o maior retrocesso em relação a tudo aquilo que o governo do Presidente Getulio Vargas legou ao Brasil.
Leo Lupi fez questão de ressaltar também o problema do desemprego, que assola mais de doze milhões de pessoas hoje no Brasil, além dos trinta milhões em empregos informais e precarizados.

Leo informou, utilizando-se de dados da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transsexuais), que 90% dos travestis e transsexuais estão fora do mercado de trabalho e acabam recorrendo a prostituição. Entre o restante da população LGBT, Leo ressaltou que 60% afirmam ter medo de perderem seus empregos em razão da homofobia.

Por fim, Leo encerrou dizendo que o grande desafio das forças progressistas é se reconectar com os trabalhadores através de redistrubuição de renda, justiça social, geração de emprego e renda e, sobretudo, no reconhecimento das liberdades individuais e direitos civis.

Dando prosseguimento a mesa, o líder indígena Almir Suruí, destacou que o Brasil passa por um momento de enorme dificuldade, que os direitos de todos os brasileiros e a democracia estão ameaçados pelo atual governo e por seus apoiadores. Suruí disse que o meio ambiente e os povos indígenas estão sobre grave ameaça, mas que isso representa um problema ao bem-estar de absolutamente todos os brasileiros, vez que a floresta é responsável pelo equilíbrio ambiental, cultural e econômico do país.

Suruí disse ainda que as políticas públicas precisam de mais atenção, precisam ser verificadas e sempre ser feitas no sentido da construção de uma sociedade mais justa. Para Suruí, Bolsonaro impõe a idéia de que os povos indígenas só podem se desenvolver abrindo suas terras para mineiradoras e para o desmatamento, porém, segundo ele, apenas com respeito às diferenças das culturas indígenas e do meio ambiente é que esse processo será poderá ser construído.

Compartilhe:

Leia mais
Sindpd-SP aciona empresa contra demissão em massa
Sindpd-SP aciona empresa por demissão em massa de mais de 500 trabalhadores
operação resgate trabalho escravo
Quase 600 pessoas são resgatadas em maior operação da história contra trabalho escravo
Febrafite pec 66-23
Febrafite critica projeto sobre dívida previdenciária dos municípios; assine petição
presidente da anamatra justiça do trabalho stf
Não há enfrentamento ao STF na Justiça do Trabalho, afirma presidente da Anamatra
greve serpro
Trabalhadores de São Paulo rejeitam proposta de acordo, e greve do Serpro é mantida
assédio eleitoral no trabalho mpt denúncia
Assédio eleitoral: Centrais e MPT fazem parceria para combater prática nas relações de trabalho
Projeto de lei motoristas em apps
Ministra do TST reconhece vínculo entre app e motorista por "gamificação" do trabalho
MPT HQ Sindicalismo e diversidade
Sindicalismo e Diversidade: Ministério Público do Trabalho lança HQ sobre inclusão
Dados da desigualdade no Brasil
Desigualdade: Brasil reduz pobreza, mas concentração de renda segue em alta
Lula fala sobre Getúlio Vargas em SP
Nos 70 anos da morte de Getúlio Vargas, Lula reconhece seu legado para trabalhadores