Representante da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília mostrou a experiência da polícia americana na proteção da sociedade
O adido de Segurança Regional da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Jason Smith, trouxe a experiência da polícia comunitária norte-americana para os dirigentes que participam do Encontro da Segurança Pública da CSB. “A polícia pode fazer muito sem esperar a boa vontade dos políticos. E isso acaba entrando na comunidade. Na delegacia é importante fazer uma reorientação dos policiais, de acabar com a perspectiva de que é uma guerra dela contra nós”, explicou.
Segundo o representante, essa postura impede que os policiais enxerguem os cidadãos mais vulneráveis, e é preciso capacitar a polícia para que ela incorpore a história da comunidade como forma de interação e participação na vida da população.
Smith aponta que a confiança da sociedade é fundamental para a eficiência do trabalho da polícia. “A postura da polícia precisa de precisão e boa vontade. Postura amigável com a população da área de risco, sem misturar com a realidade econômica. Quando o povo vê a aplicação uniforme de procedimentos, aumenta a confiança da população na polícia”, disse.
Papel do Estado e força tarefa
Além da interação entre polícia e sociedade, o palestrante evidenciou a importância do governo para o sucesso de qualquer sistema de segurança. “Temos a obrigação de chamar a atenção do Estado para os problemas do dia a dia. Há vários fatores sociais que são a causa de crime, que vão promovendo ciclos de crimes, e não são tratados pela polícia”, pondera sobre a necessidade de apoio paralelo do Estado à polícia.
Jason Smith chama de força tarefa essa interação entre governo e policiamento comunitário, para que o Estado dê atenção aos assuntos de interesse da polícia. “Qual é o nosso papel no governo, nosso papel político, nossa obrigação em relação aos assuntos que causam crime? Conseguir apoio do governo para assuntos que não sejam política”, revela, reiterando o equilíbrio como estratégia essencial.
O esporte foi levantado pelo representante da Embaixada dos Estados Unidos como ferramenta de prevenção de crimes. “No modelo dos EUA, tem o representante da comunidade. A participação social na área atlética é algo de sucesso. O esporte sempre foi uma maneira de incorporar os jovens da rua e descobrir seus talentos. Isso depende de organização, não necessariamente de dinheiro”, lembrou.
Desta forma, Smith lembra o quão importante é a antecipação aos problemas no sistema de polícia para “detectar padrões de comportamento, reclamações e denúncias contra os policiais”. “É importante monitorar a conduta para recuperar as falhas porque a comunidade precisa desse policial”, avaliou.