“Precisamos mudar o Congresso Nacional para evitar a ameaça ao nosso futuro e aos nossos direitos”, diz analista do DIAP

André Luís dos Santos apontou os principais pontos da reforma da Previdência e a ameaça à aposentadoria

O analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) André Luís dos Santos disse que o atual cenário de instabilidade “é extremamente cruel para discutir as reformas propostas pelo governo”. Em sua exposição sobre a PEC 287, da reforma da Previdência, Santos é categórico. “Precisamos mudar o Congresso Nacional para evitar a ameaça ao nosso futuro e aos nossos direitos”, alertou sobre os principais pontos da reforma, que, segundo ele, vão dificultar o acesso dos trabalhadores à aposentadoria.

A PEC 287 representa uma ampla e profunda reforma. Atinge, em prejuízo do segurado, os três pilares de formação do benefício: a idade, o tempo de contribuição e o valor do benefício. Além disso, estabelece idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, bem como aumenta progressivamente a idade do Benefício de Prestação Continuada e limita o acúmulo das pensões.

Em relação ao tempo mínimo de contribuição de 25 anos, André dos Santos explicou que os trabalhadores têm, em média, 9,1 meses por ano de contribuição, o que impossibilita o acesso à aposentadoria. “Há uma rotatividade que impede que o trabalhador consiga atingir os 25 anos. São necessários 54 anos de vida laboral para atingir 100% do benefício”, contestou Santos.

De acordo com o analista político, “há uma perversidade muito grande dentro desse processo”. “Com o trabalho intermitente, como o trabalhador vai atingir as regras?”, questionou o representante do DIAP sobre a relação gravíssima para os trabalhadores entre a reforma trabalhista e a previdenciária.

A falácia do déficit

Dados oficiais do governo federal, apresentados por André dos Santos, revelam que o suposto déficit da Previdência chega a R$ 149,7 bilhões. Entretanto, os mesmos dados oficiais apontam o montante de R$ 426,07 bilhões em dívidas de empresas com a Previdência.

A JBS (Friboi) (R$ 1,8 bilhão); a Mineradora Vale (R$ 275 milhões); Caixa Econômica Federal (R$ 549 milhões); Bradesco (R$ 465 milhões); Banco do Brasil (R$ 208 milhões); e o Itaú Unibanco (R$ 88 milhões) são exemplos dos atuais grandes devedores da Previdência.

Cobrá-los é, segundo Santos, um caminho a ser seguido para não levar adiante a reforma da Previdência. “Um mecanismo de fiscalização mais intenso pode resolver o problema de caixa da Previdência”, destacou.

O palestrante defende a participação do movimento sindical na política brasileira para barrar a retirada de direitos. “Precisamos que uma bancada de representação dos movimentos sociais reaja no Congresso para evitar os retrocessos”, pontou.

Veja a apresentação completa de André Luís dos Santos

Veja a galeria de fotos

Compartilhe:

Leia mais
geração de empregos recorde em fevereiro
Procurador denuncia "pejotização" como forma de burlar direitos trabalhistas
csb centrais sindicais com ministro maurcio godinho tst
Centrais entregam agenda jurídica do movimento sindical ao vice-presidente do TST
csb menor (40)
Desigualdade de renda no Brasil é a menor desde 2012, aponta IBGE
csb menor (1)
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 6 – Trabalhadores e o meio ambiente; íntegra
ministro do trabalho luiz marinho em audiencia na camara
Ministro do Trabalho defende fim da escala 6x1 e jornada de 40 horas em audiência na Câmara
csb menor (2)
Centrais apresentam pauta prioritária e agenda legislativa em reunião no Congresso
painel 5 encontro executiva nacional csb 2025
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 5 – Agenda parlamentar sindical; assista
painel negociação coletiva
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 4 – Práticas antissindicais; assista
csb menor (39)
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 3 – Negociação Coletiva; assista
csb menor (38)
Centrais sindicais protestam contra juros altos em dia de mais uma reunião do Copom