Ministro do Trabalho defende fim da escala 6×1 e jornada de 40 horas em audiência na Câmara

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, declarou nesta quarta-feira (7) que o Brasil está apto a reduzir a jornada de trabalho e defendeu a substituição do formato atual, que prevê seis dias de trabalho seguidos por um de folga (6×1), para um modelo de cinco dias trabalhados e dois de descanso (5×2). “Acredito que é possível reduzir a jornada máxima. O 6×1 é cruel”, disse o ministro durante audiência na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.

Marinho ressaltou que o esquema atual afeta principalmente os profissionais do comércio e mencionou que uma transição progressiva poderia promover maior equilíbrio nas condições laborais. “Transitar do 6×1 para o 5×2 seria um belo de um avanço, especialmente para o segmento dos trabalhadores do comércio, que reclamam muito disso”, falou.

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De acordo com o ministro, embora certos setores econômicos precisem operar diariamente, ajustes específicos devem ser discutidos por meio de acordos sindicais. “Há segmentos que necessitam funcionar 24 horas por dia, todos os dias do ano. Nesses casos, entra em cena a negociação das convenções coletivas”, explicou.

O assessor parlamentar da CSB, Ernesto Pereira (2º da esq. para a dir.) acompanhou a audiência

Ele também destacou que ambientes profissionais adversos e rotinas exaustivas têm agravado problemas psicológicos entre os trabalhadores.

Para Marinho, a economia nacional já possui maturidade para debater a redução da jornada semanal, estabelecida em 44 horas semanais na Constituição de 1988 e inalterada desde então. “O país está preparado para diminuir a carga horária máxima. Já poderíamos adotar 40 horas semanais”, afirmou.

O ministro lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já apoiou publicamente a discussão sobre o tema, reforçando o compromisso do governo em priorizar a pauta. No Congresso, propostas sobre o assunto tramitam em diferentes frentes, incluindo uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

“Se é benéfico para o Brasil, precisa ser benéfico para todos”, concluiu Marinho, reafirmando o apoio do Executivo ao diálogo.

Com informações de O Globo
Foto 1: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados
Foto 2: divulgação/CSB

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