Os rodoviários de Pelotas (RS) aceitaram a proposta de reajuste salarial e adicional de acúmulo de funções apresentada pelo Consórcio do Transporte Coletivo da cidade (CTCP). Os trabalhadores que compareceram à assembleia promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Pelotas (STTRP) na noite de segunda-feira (25) aprovaram os índices por unanimidade.
A proposta colocada para votação foi apresentada pelo CTCP na última audiência de mediação no Tribunal Regional do Trabalho, realizada na sexta-feira (22). O consórcio propôs reajuste salarial pela inflação acumulada de 2023, de 3,82%, mais adicional para motoristas que acumulam a função de cobrador.
Esses profissionais receberão adicional de 10% sobre o salário reajustado até o fim do ano e, a partir de fevereiro do ano que vem, o índice passará a ser de 15%.
“Levamos a negociação ao limite, esgotamos todas as alternativas e discussões, a partir da falta de diálogo dos empresários e das dificuldades apresentadas, os percentuais conquistados agora foram uma baita vitória para a categoria”, comenta o presidente do sindicato, Claudiomiro do Amaral.
A pauta reivindicatória dos trabalhadores foi aprovada em fevereiro, porém a parte patronal compareceu a diversas reuniões com o sindicato sem qualquer proposta.
Os dirigentes do STTRP chegaram a se reunir com a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, para informá-la sobre a falta de avanço com as empresas que operam o transporte na cidade e sobre as demandas dos trabalhadores.
Apesar de ter se mostrado receptiva às demandas, o Município alegou que não podia colocar a função de motorista cobrador na planilha de custos porque a função ainda não existe e não está na convenção coletiva da categoria.
Já as empresas diziam que não tinham nada a oferecer pois a tarifa atual da passagem não comportaria o adicional pedido para os trabalhadores que acumulam funções.
Como as negociações seguiram travadas, foram necessárias audiências de mediação no TRT com participação do Ministério Público do Trabalho.
Os trabalhadores chegaram a aprovar um indicativo de greve, que foi suspenso com o fechamento do acordo.