Sabemos que, em momentos como este, a prioridade absoluta é salvar vidas e recuperar o que perdemos, mas não temos como deixar de pensar como Federação que representa milhares de servidores públicos municipais, que são agentes de todas as obras públicas em nossos municípios. São também servidores públicos municipais aqueles que prestaram os primeiros socorros neste momento, e incluímos a brigada militar e os bombeiros que estão lotados nos nossos municípios e nos auxiliando neste momento tão difícil.
Como Federação dos Municipários, temos acompanhado em todo o Estado relatos dramáticos, e como entidade que acredita no Estado Democrático de Direito, propomos que, junto com a reconstrução física do RS, trabalhemos unidos na reconstrução emocional e principalmente na reconstrução social do nosso Estado.
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Esta reconstrução passa pelo reconhecimento de que o que vivemos não é normal, e não deve ser o novo normal, que em seis meses fomos abalados por dois eventos climáticos extremos, e certamente seremos novamente. Então que, como seres humanos que têm fé na nossa criação e inteligência, possamos a partir de agora nos abrir para o aprendizado de novos caminhos, balizados em dados científicos e já usados em outros países para que possamos salvar o máximo de vida e garantir a subsistência em nosso municipio quando precisarmos enfrentar algo assim novamente.
A Femergs está ao lado de todas as entidades filiadas para juntos iniciarmos esta discussão, não em gabinetes fechados, mas lá na beira daquele córrego que nossos petroleiros conhecem como a palma da mão, naquelas encostas e barrancas que nossos fiscais de obras e ambientais sabem a necessidade. Vamos ao lado da comunidade encontrar novos caminhos para apresentar aos políticos, afinal, a eles cabem executar projetos, leis e usar o recurso público para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade que representam.
Precisamos ser protagonistas de nossa história, da história da nossa comunidade. Se não podemos impedir os extremos de eventos como este, podemos nos preparar para que eles não nos afetem de forma destruidora.
Clarice Inês Mainardi, presidente da Femergs
Foto: Defesa Civil do RS