Durante reunião em Brasília, parlamentares e sindicalistas propuseram intensificar a agenda de mobilização contra os retrocessos da PEC 06/2019
Em reunião nesta terça-feira (25), a CSB e as centrais se reuniram com as lideranças da Oposição e da Minoria da Câmara dos Deputados para adiar a votação do relatório de Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da PEC 06/2019 na Comissão Especial da reforma da Previdência.
A votação do relatório está prevista para acontecer até quinta (27), e o entendimento entre centrais e Oposição é o de intensificar a pressão aos parlamentares para que a votação aconteça apenas no segundo semestre. Segundo Alvaro Egea, secretário-geral da CSB, o adiamento é fundamental para que haja mais diálogo sobre a proposta.
“Queremos adiar a votação do relatório para que se tenha tempo de discussão e fazermos novas propostas. Precisamos estudar melhor o relatório e dialogar”, explica o dirigente, que representou a Central na reunião ao lado do assessor parlamentar da CSB, Ernesto Pereira.
Egea explica que a Oposição apresentou nove destaques ao relatório de Samuel Moreira. Está previsto encontro com deputados do Centrão, nesta quarta (26), com o objetivo de articular pontos de convergência para mais mudanças no relatório.
“Precisamos mexer na regra de transição, na idade mínima de aposentadoria, no tempo de contribuição, além do índice de cálculo do reajuste, que é muito perverso”, relata o secretário-geral.
Para as centrais e a Oposição, o relatório, apesar de conter avanços, como a retirada da capitalização, dos rurais, o BPC e a exclusão da desconstitucionalização da Previdência do setor privado, ainda é muito perverso porque, segundo Alvaro Egea, “a reforma retarda a aposentadoria e, em alguns casos, impede que o trabalhador se aposente.” “Quem vai conseguir – em uma situação de desemprego estrutural como nós vivemos, de 30 milhões de desempregados ou subempregados, 40 anos de serviço contínuo para se aposentar?”, questiona, reiterando que a PEC 06 vai impedir a aposentadoria por causa da conjunção entre idade e tempo de contribuição, além de diminuir os benefícios por causa do sistema de cálculo proposto pela reforma.
Agenda
As centrais mantêm intensa agenda de mobilização. Uma delas envolve o Congresso da UNE, que acontece em julho, em Brasília. Há também a Mobilização das Margaridas, prevista para agosto, e outras atividades nos estados.
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