Central quer encontro com ministro do esporte para debater criação de barreiras aos produtos
Desde a Copa do Mundo de 2006, realizada na Alemanha, o Brasil vem sendo invadido por uma avalanche de bandeiras nacionais produzidas na China, que não atendem à Lei 8.421, de 1992. Até a próxima edição do evento, que acontecerá no Brasil em 2014, as cerca de 30 milhões de bandeiras chegarão ao país, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada no último dia 6 de outubro. Para debater o assunto, a Central dos Sindicatos Brasileiros irá solicitar uma reunião com o ministro do esporte, Aldo Rebelo, nos próximos dias.
Grande parte das bandeiras nacionais produzidas na China é feita em fábrica autorizada pela CBF, fato que torna ainda mais absurdo o processo, tendo em vista que quase todo o material confeccionado pelos chineses foge dos padrões exigidos pela legislação brasileira, e casos de bandeiras com cores e formatos e inadequados são comuns. De acordo com a matéria da Folha, o lucro estrangeiro com a venda dos símbolos nacionais brasileiros chegará a R$ 22 milhões.
Nos próximos dias, o dirigente pedirá a realização de uma audiência com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para debater junto ao governo federal, à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) a criação de barreiras de proteção que impeçam a entrada dos produtos no país.
“A enxurrada desses produtos produzidos no exterior corrói a economia brasileira, interrompe a geração de emprego para os trabalhadores do país e enfraquece a indústria nacional. Não se pode permitir que nossas bandeiras sejam feitas em outros países, aviltando a honra e o patriotismo do nosso povo, além de concorrer de forma desleal com a indústria nacional, eliminando postos de trabalho aqui. Vamos reforçar o pedido de atenção das autoridades brasileiras.”, afirma o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto.
Como forma de tentar barrar este processo, está em consulta pública a criação de uma norma reguladora da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para a produção dos símbolos nacionais. Com esta regulamentação, caberá ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) fiscalizar e exigir que todas as empresas produtoras de bandeiras cumpram a norma reguladora, padronizando a produção desses materiais no que diz respeito às especificações técnicas.