Trabalho escravo aumenta na região de Campinas

Foram oito casos no primeiro semestre de 2010 contra 21 registrados entre janeiro e o último dia 24

O número de casos de trabalho escravo urbano vem aumentando gradativamente desde 2010 na área de atuação do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas, que abrange 35 municípios do Interior. Foram oito casos no primeiro semestre de 2010 contra 21 registrados entre janeiro e o último dia 24, segundo o MPT. Em 2011, foram 11 flagrantes, e em 2012, 15.

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) concentra a maior parte de indústrias investigadas, principalmente nas áreas têxtil e da construção civil. O bom momento econômico do País em relação a outras nações da América Latina é chamariz para que a população de baixa renda e escolaridade venha tentar a vida por aqui.

A trajetória do tráfico de pessoas da Bolívia, país que mais exporta mão de obra irregular para São Paulo, é o principal eixo de discussão do Simpósio Trabalho Escravo Urbano, que começou na terça-feira (25) e termina na quarta (26) em Campinas.

A lei que cassa o registro de empresas que oferecem empregos em condições precárias também é tema das palestras, que ocorrem no Ciesp.

Há cinco anos o MPT campineiro observa o aumento de bolivianos trabalhando em condições análogas ao regime de escravidão na região.

“Antes, a concentração maior era na Capital. Mas a fiscalização intensa em São Paulo e os pequenos polos têxteis que surgiram no Interior mudaram o panorama. Eles acabaram migrando de São Paulo para cidades menores”, explicou a procuradora chefe do MPT em Campinas, Catarina Von Zuben.

A opção que resta à maioria desses trabalhadores, que não tem qualificação e nem documentos legalizados, é trabalhar para confecções domésticas.

Americana e Santa Bárbara d’Oeste são os municípios que mais concentram casos na RMC, mas foram verificados também focos em Indaiatuba, Pedreira e Nova Odessa.

Um levantamento preliminar do órgão indica que as fábricas de vestuário chegam a lucrar R$ 2 mil a mais por trabalhador em regime escravo.

A associação distribui também o manual do empregador, que preconiza que todos os funcionários devem ser contratados no regime da CLT.

Fonte: IG

Compartilhe:

Leia mais
Antonio Neto e Confederação Trabalhadores Movimentação Mercadorias
CSB e Confederação dos Movimentadores de Mercadorias discutem pautas da categoria
30 por cento brasileiros trabalham mais que jornada máxima
32% dos brasileiros trabalham mais do que jornada máxima de 44 horas semanais
reforma trabalhista 2017 votação câmara
TST: Mudanças da reforma trabalhista de 2017 se aplicam a contratos firmados antes dela
limitar salário minimo aumenta desigualdade
Limitar reajuste do salário mínimo ao arcabouço fiscal pode aumentar desigualdade, diz estudo
origem do 13º salário
13º salário é compensação por tempo de fato trabalhado; entenda por que e conheça origem
4 encontro sindical fespume-es
Federação dos Servidores Municipais do ES (Fespume-ES) realiza 4º Encontro Sindical
aumento emprego entre mulheres
Número de mulheres com carteira assinada aumenta 45% em um ano
nota centrais sindicais contra plano golpista
Nota das centrais sindicais: "União contra o golpismo e pela democracia"
Antonio Neto Sindis
Antonio Neto: Sindicatos devem aproveitar tecnologias e se adaptar para sobreviver
empresa obriga mãe voltar ao trabalho recém-nascido
Empresa é condenada por obrigar mãe a voltar ao trabalho uma semana após dar à luz